Canta e procura dar à voz
honesta
Uma força de pena ou de
alegria.
Espera. Crê. Resigna-te.
Confia.
Deixa de ver na vida a dor
funesta.
Ama quem te quer mal, quem te
detesta,
E, no abandono duma tarde
fria,
Goza a volúpia estranha da
agonia.
Duma rubra agonia cor de
festa.
Empresta ao teu destino incerto e
vago
O ritmo quieto dum mansinho
lago,
Onde se espelha a paz e a
esperança.
Pensa que Deus criou para teu
gôsto,
O sol, o fogo, o mar, um sonho, um
rosto,
Algum riso inocente de
criança.
Maria Antónia Teixeira
(filha)