LEONOR
A Leonor continua descalça,
o que sempre lhe deu certa graça.
Pelo menos não cheira a chulé
e tem nuvem de pó sobre ò pé.
Digam lá se as madames do Alvor
são tão lindas como esta Leonor
Um filhito ranhoso na mão,
uma ideia já podre no pão.
Meia dúzia de sonhos partidos,
a seus pés, como cacos de vidros.
Digam lá se as madames do Alvor
são tão lindas como esta Leonor.
António Magalhães Cabral
1931-2007
4 Comments:
Gostei desta Leonor! Abraço
tem sarcasmo qb
:)
A beleza dispensa adornos e se mostra até na simplicidade e na pobreza. Abraço.
nao conhecia...mas gostei muito desta Leonor...de certeza que nao é tao formosa...mas pisa mais firme...porque a vida é nao é tapete de relva...
Abraço***
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