segunda-feira, junho 30, 2014

EL CIPRÉS DE CILOS

                                   A Ángel del Río
       
Enhiesto surtidor de sombra y sueño
que acongojas el cielo con tu lanza.
Chorro que a las estrellas casi alcanza
devanado a sí mismo en loco empeño.

     
Mástil de soledad, prodigio isleño,
flecha de fe, saeta de esperanza.
Hoy llegó a ti, riberas del Arlanza,
peregrina al azar, mi alma sin dueño.

     
Cuando te vi señero, dulce, firme,
qué ansiedades sentí de diluirme
y ascender como tú, vuelto en cristales,

     
como tú, negra torre de arduos filos,
ejemplo de delirios verticales,
mudo ciprés en el fervor de Silos

     
                                  Gerardo Diego

sexta-feira, junho 06, 2014

LANTERNAS

Na aspiração de encontrar seu grande amor
Os poetas desesperam com sentida dor
Trazem acorrentados ao seu próprio louvor
Os desejos fundidos, do seu querer e furor.

Se alguma outra lanterna numa hora seduz
Que lhes dá ao delírio caminho alguma luz
Logo, logo no tempo em sombra se traduz
Porque eles respiram a sua, a própria cruz.

Luz que rima na poética fantasia
Lanterna que se acende noite e dia
Nem assim a alma lhes acaricia…

Porque os poetas são almas magoadas
Eternamente luz, cegamente encandeadas
As próprias sombras, de amor encantadas!


Isa. Cal.



domingo, junho 01, 2014

ESTE RIO DE VERÃO

Este rio de verão, esta paz, este rio,
A tristeza de ser quem em mim não conheço,
Este alheio seguir sobre o gume do fio,
Este alheio acordar sob o molde de gesso.
Esta vã solução de dizer «obrigada|»
Ao que passa e não vê, ao que volta e não vem,
Este dedo de Deus que se aponta à errada
Lucidez da mulher que de mim é ninguém.
Como drama que espera o chegar do Actor
E de gritos, no Ar, enche a tarde de dó,
Eu me espero, me espero, entre o Amor e o Terror.
Sobe o pano. E o deserto é de mosto e sol-posto
E onde estou é no sangue. E onde vou é no pé.
Natercia Freire