segunda-feira, março 01, 2021

CINZA AO VENTO ...:

Nós somos como o fogo da queimada:
Só se apaga no fim de consumido ...
Depois... «monte de cinza espalhada,
Para o caminho ficar desimpedido ...»
         
Pode o vento dizer que não é nada,
Que mais além será reacendido ...
Mas cinza, que foi tudo e depois nada,
Não voltará para nós a ter sentido !
     
Falta o sangue na carne palpitante,
Coração a dizer que está presente
Na eterna combustão de cada instante...
     
Tudo o mais, para além do que se sente,
Pode ser um favor do Céu, constante 
Mas só cinza a caminho do poente ...
     
                   Maria Antunes Vieira

4 Comments:

Blogger Graça Pires said...

Foi bom que tivesse voltado com este lindíssimo soneto de Maria Antunes Vieira. Obrigada por partilhar.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.

11:09 da manhã  
Blogger Unknown said...

Bom dia,

Consegui finalmente encontrar um poema da autora Maria Antunes Vieira. Gostaria muito de descobrir informação biográfica... obras... Poderia ajudar-me?

Fico-lhe muito grata!.

Raquel Maceiras

12:12 da tarde  
Blogger Dalva M. Ferreira said...

De morte em morte vamos amontoando nossas próprias vidas. Cinzas, nada mais.

1:18 da tarde  
Anonymous Juan said...

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3:27 da manhã  

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