APOLOGIA
Viva e resplenda o amor! Embora a vida,
de abrolhos amiúde revestida
nos excrucie ..., o amor é sempre o amor !
Ele saúda o sol, como a calhandra ;
vive no fogo, como a salamandra,
que a vida cifra-se em morrer de amor !
O Vésper, que flutua no Ocidente ;
O Sol que alaga em chamas o Oriente,
não brilham mais que a eterna luz do amor !
Copérnico, afirmando temerário
que o centro do sistema planetário
está no sol, errou: __está no amor !
Em volta dele, há séculos, gravitam
astros, constelações, os sóis que habitam
as infindas regiões que rege o amor !
Obedecem à sua omnipotência
a morte e a vida; o facho da existência
é humilde satélite do amor !
Se se apagasse o amor, voltando ao nada,
__o mundo, a natureza fulminada,
também se extinguiria, como o amor !
Mas não se extingue o que é eterno e imenso,
que nova vida e novo ardor intenso
no andar dos séculos adquire o amor !
Um século de mágoas e tormento
é compensado por um só momento
de íntimo gozo de profundo amor !
Se a morte queima as flores da ventura,
? que importa a vida, a morte, a sepultura,
após um beijo de infinito amor ? !
Candido de Figueiredo
de abrolhos amiúde revestida
nos excrucie ..., o amor é sempre o amor !
Ele saúda o sol, como a calhandra ;
vive no fogo, como a salamandra,
que a vida cifra-se em morrer de amor !
O Vésper, que flutua no Ocidente ;
O Sol que alaga em chamas o Oriente,
não brilham mais que a eterna luz do amor !
Copérnico, afirmando temerário
que o centro do sistema planetário
está no sol, errou: __está no amor !
Em volta dele, há séculos, gravitam
astros, constelações, os sóis que habitam
as infindas regiões que rege o amor !
Obedecem à sua omnipotência
a morte e a vida; o facho da existência
é humilde satélite do amor !
Se se apagasse o amor, voltando ao nada,
__o mundo, a natureza fulminada,
também se extinguiria, como o amor !
Mas não se extingue o que é eterno e imenso,
que nova vida e novo ardor intenso
no andar dos séculos adquire o amor !
Um século de mágoas e tormento
é compensado por um só momento
de íntimo gozo de profundo amor !
Se a morte queima as flores da ventura,
? que importa a vida, a morte, a sepultura,
após um beijo de infinito amor ? !
Candido de Figueiredo