GUERRA JUNQUEIRO
O CAÇADOR SIMÃO
(a Fialho d'Almeida)
Jaz el-rei entrevado e moribundo
Na fortaleza lobrega e silente ...
Corta a mudez sinistra o mar profundo ...
Chora a rainha desgrenhadamente ...
Papagaio real, diz-me, quem passa ?
_É o princípe Simão que vae à caça.
Os sinos dobram pelo rei finado ...
Morte tremenda, pavoroso horror !...
Sae das almas atónitas um brado,
Um brado immenso d'amargura e dor ...
Papagaio real, diz-me, quem passa ?
_É el-rei D. Simão que vae à caça.
Cospe o estrangeiro affrontas assassinas
Sobre o rostro da pátria a agonisar ...
Rugem nos corações furias leoninas,
Erguem-se as mãos crispadas para o ar !...
Papagaio real, diz,me, quem passa ?
_É el-rei D. Simão que vae à caça.
A Pátria é morta ! a Liberdade é morta !
Noite negra sem astros, sem faroes !
Ri o estrangeiro odioso à nossa porta,
Guarda a Infamia os sepulchros dos Heroes !
Papagaio real, diz-me, quem passa ?
_É el-rei D. Simão que vae à caça.
Tiros ao longe n'uma lucta accesa !
Rola indomitamente a multidão ...
Tocam clarins de guerra a Marselheza ...
Desaba um throno em subita explosão !...
Papagaio real, diz-me, quem passa ?
_É alguém, é alguem que foi à caça
Do caçador Simão ...
Vianna do Castello, 8 d'abril de 1890.
Guerra Junqueiro
(a Fialho d'Almeida)
Jaz el-rei entrevado e moribundo
Na fortaleza lobrega e silente ...
Corta a mudez sinistra o mar profundo ...
Chora a rainha desgrenhadamente ...
Papagaio real, diz-me, quem passa ?
_É o princípe Simão que vae à caça.
Os sinos dobram pelo rei finado ...
Morte tremenda, pavoroso horror !...
Sae das almas atónitas um brado,
Um brado immenso d'amargura e dor ...
Papagaio real, diz-me, quem passa ?
_É el-rei D. Simão que vae à caça.
Cospe o estrangeiro affrontas assassinas
Sobre o rostro da pátria a agonisar ...
Rugem nos corações furias leoninas,
Erguem-se as mãos crispadas para o ar !...
Papagaio real, diz,me, quem passa ?
_É el-rei D. Simão que vae à caça.
A Pátria é morta ! a Liberdade é morta !
Noite negra sem astros, sem faroes !
Ri o estrangeiro odioso à nossa porta,
Guarda a Infamia os sepulchros dos Heroes !
Papagaio real, diz-me, quem passa ?
_É el-rei D. Simão que vae à caça.
Tiros ao longe n'uma lucta accesa !
Rola indomitamente a multidão ...
Tocam clarins de guerra a Marselheza ...
Desaba um throno em subita explosão !...
Papagaio real, diz-me, quem passa ?
_É alguém, é alguem que foi à caça
Do caçador Simão ...
Vianna do Castello, 8 d'abril de 1890.
Guerra Junqueiro
24 Comments:
Oi Manuel
Linda poesia, gostei de seu blog.
Obrigada pela visita, vamos nos visitar sempre.
Boa semana
A boa poesia não tem tempo... ela passa a fazer parte do próprio tempo e ficará para sempre eternizada no tempo!
Beijo num impulso
Guerra Junqueiro um grande poeta.
Tão presente em Trás-os-Montes e tão ausente no resto do país.
Obrigado pelo comentário. Infelizmente é uma realidade, há mães e mães.
Boa semana
Ola, vim visitar-te. Deixo-te um doce bjinho,
Papoila Sonhadora,
Poesia... é sempre poesia...
Gostei!
Bjs
Junqueiro, sempre intemporal.
Obrigada pela visita
Bjos
Manuel
Por cá tudo bem.
Apesar de não comentar passo com frequencia por este blog a transbordar de belas palavras.
Uma semana calma.
Engraçado como se escrevia Viana do Castelo no séc. XIX.
Um Abraço e boa semana.
Hum..bonito!
poesia é sempre muito bom!
beijos
Beijinhos embrulhados em abraços!
Boa semana!
Esta manhã foi-me dado um verso que plantei no teu jardim.
Beijinhos embrulhados em abraços
Vim desejar-te uma boa semana e ler mais um belo poema. bjus.
Un poema que me costó entenderlo, pero lo logré. Abrazos.
A Pátria é morta ! a Liberdade é morta !
Noite negra sem astros, sem faroes !
Ri o estrangeiro odioso à nossa porta,
Guarda a Infamia os sepulchros dos Heroes
Que maravilha Manoel, poder chegar aqui e contemplar estas obras que nos ofereces...
Beijos
Gosto de passar por aqui.~
jinho e votos de boa semana :)
Beijokas........
¨`*• (¨`•.•´¨) ♡ .•*´
¨`*• .`•.¸(¨`•.•´¨) ♡ .•*´
¨`*• ♡ × `•.¸.•´
Lindissima poesia :)
Bjo Fabi ***
Nuns momentos o caçador, mas há sempre uma altura em que vira presa...
Um beijo e um sorriso
bonito, apesar de triste...
bjinhos*
Ola Manoel, tudo bem?
Uma linda noite para você.
Beijos
Célia
saludotes!!!!!!!!!
jajjaja muchos saludos, y me dan espacio para reflexionar tus correos, e-mails
gracias!!!
A poesia não tem Tempo...
um abraço
Sempre actual, toda e qualquer poesia :-)
ps - passa pelo estaminé, onde se comemora o 1.000.000
Beijo doce
As batalhas travadas naquele tempo eram mais reais,mais autenticas...
Muito mais do que as de agora.
Beijo.
Alguien que fue a la caza del cazador y mato a la patria y murio la libertad. Que dura es una guerra en aquella época y en esta.
Besos.
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