PERSEGUIÇÃO
O que eu persigo não me podes
dar:
mas, ao ver-te, vislumbro a minha
morte
de perfil, contra o mar e o vento
forte
naquela tarde em que vieste
amar-
-me solitário, obsessivo e
pobre
O que eu persigo, impossível
d'alcançar,
és tu, nesse momento de dizer:
«Conheço-te?.
que tento eternizar a breve transe
sobre
a árvore na alta copa a
clarear:
«Morte, vem a meus braços: eu amo-te. eu
amo-te !»
O que eu persigo não se pode
nomear:
perfeitamente espírito em
leque
de cabra do deserto a
tropeçar
no sangue e a morrer de sede a
saque
António Barahona da
Fonseca