SONETO
XXXI
Teu peito enriqueceu de corações
Que eu, por não ver, supunha já parados;
Lá reina Amor, em múltiplas feições,
E amigos que eu julgava sepultados.
Que lágrimas tão santas, de homenagem,
O amor dos olhos meus já fez brotar,
Prestando a esses mortos vassalagem,
Que posso, em ti escondidos, encontrar!
És túmulo onde vive o amor sepulto,
Repleto com troféus dos meus amores,
Que já te deram, em devido culto,
O muito de que outrora os fiz senhores:
Em ti vejo as imagens dos que amei,
E porque és todos, já a ti me dei.
William Shakespeare
Tradução de
Maria do Céu Saraiva Jorge
Soneto 31(castelhano)
Tu seno se ha hecho fuerte, con esos corazones,
que porque me faltaban, ya muertos suponía.
Allí reina el Amor y todos sus tributos
y los dulces amigos, que enterrados creía.
¡Cuántas lágrimas santas y fúnebres lamentos,
han robado a mis ojos un religioso amor,
como ofrenda a los muertos, que aparecen ahora,
como cosas remotas, que en ti, yacen ocultas!
Tú eres tumba que guarda mi sepultado amor,
ornado con trofeos, que fueron mis amores
y que de ti me dieron, todo lo que tenían
y lo que fue de muchos a ti te pertenece.
En ti veo las caras de los que más amé
y tú, con todos ellos, me poseéis entero.
(desconheço o tradutor)
Sonnet 31
Thy bosom is endeared with all hearts,
Which I by lacking have supposed dead,
And there reigns love and all love's loving parts,
And all those friends which I thought buried.
How many a holy and obsequious tear
Hath dear religious love stol'n from mine eye
As interest of the dead, which now appear
But things removed that hidden in thee lie!
Thou art the grave where buried love doth live,
Hung with the trophies of my lovers gone,
Who all their parts of me to thee did give;
That due of many now is thine alone:
Their images I loved I view in thee,
And thou, all they, hast all the all of me.
William Shakespeare