ODE À MÃE-TERRA
Minha terra flor minha flor menina
Com sabor a gente a sol a campina
Recordo o azeite o trigo a que cheiras
Nas mágoas que são as mais verdadeiras
A nora a toar no viço das hortas
Canções de viver as horas já mortas
Lábios de mulher bocas de ganhão
Pensam beijos bons que sabem a pão
Saudade que vem de velhas cantigas
No eco da voz doutras raparigas
Na erva e no ar do campo sagrado
Que se entrega todo à luz do arado
A aldeia se faz de coisas perdidas
Cartas de um amor que foram esquecidas
Não te trocarei por outra isso não
Que é sempre mais teu o meu coração
Depois logo irei de novo encontrar
Um adro feliz para se beijar
E neste desejo e neste meu jeito
Desperto o amor que dorme no peito.
Augusto Barreiros
Correio do Ribatejo nº 5272 de 15 de Maio de 1992, pag. 28
21 Comments:
Desse eu gostei, e muito. Adoro peosia portuguesa. Já que não posso ficar sem fazer nada, senão olho no espelho e me vejo magricela, 39 quilos, por causa da quimio, resolvi fazer algo aqui. Enquanto coleto material para "Bonequinha de luxo", postei sobre o filme "Sombras de Goya" que em Portugal ficou como no original "Os Fantasmas de Goya". Apareça por aqui:
wwwrenatacordeiro.blogspot.com
não há ponto depois de www
Um beijo,
Rê
PS: Traduzi um soneto de Shakespeare e pus no post
Los colores de tus flores me alegran el día, despiertan la chispa que necesito para seguir bien.
Un abrazo querido Manuel
Magnifico homagem a mâe-terra!
Bonita imagem da terra...
Um poema cheio de ritmo, com uma métrica perfeita...
Um beijo para ti...
bem rimado.
bonito poste.
beij
Mãe terra fecunda e fértil que por vezes é tão esquecida!
E contudo tanto nos dá!
Um beijinho e obrigada por tantos mails com belissimas imagens!
Gosto desta poesia tão simples e tão cativante.
até senti o cheiro da terra... do campo
bonito, manuel
abraço
luísa
Oi, meu amigo!
Olaaaaaaaaaá!
Terra... mar... chão.... horizonte...
Tantas coisas que nos fazem sentir a poesia como um quadro a ser pintado cada vez que percorremos os olhos pelas palavras....
Aqui, em teu cantinho, belas poesias.
Deus te abençoe.
beijos
Miriam
A tradição que tempo não mata...o amor que o tempo alimenta.
Bom fim de semana
beijos
Que lindo!!!
Tão simples; tão doce....
Obrigada pela partilha...
Até já
Beijos e abraços
Marta
P.S.: Estou adoentada e por isso, a vida mais complicada
Obrigda pela visita. A minha sombra é outra: não refrigera a canícula.
Esse sim é um poema lindo. Amigo, ontem eu estava num estado que à noite tive que ir ao médico, pois nada me parava no estômago. Anteontem estava com 39 quilos, ontem à noite, com 37. Gastei minhas últimas economias na contratação de uma enfermeira que parece um gigante, mas que me transporta no colo e cuidará da minha alimentação parental. A F@ pediu para eu fazer a resenha de "Fale com Ela".
Apareça:
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Um beijo,
Rê
Oie lindinho! A mãe terra sempre será adorada... Lindos versos!
Bom fim de semana! Beijos
Uma bonita ode, que salienta um dos principais produtores de alguns bens que nos fazem falta - a terra.
Bom fim de semana Manuel *
É lindo o poema!!!
Beijos de luz e um ótimo final de semana...
Lindo poema à Mãe Terra.
Ótimo fim de semana.
Beijo
Amigo:
Fiz dois posts com obras do Carlo Rochas como desenhista e pintor. Vá prestigiá-lo:
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Um beijo da Rê
Vc não vai arrepender-se
Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão
Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel
Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão
( O cio da terra - Milton Nascimento)
Um beijo pra tu Manu
Abraço d'além-mar...
não conhecia...
gostei muito destes "cheiros e sabores"
um sorriso :)
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