DOR INFINDA
Tudo esmorece e passa nesta vida,
Onde só há firmeza na mudança,
E onde o homem se abraça a uma esperança,
Mal vê outra esperança já perdida.
Passam no mar as ondas, de fugida,
Passam os vendavais, passa a bonança,
Passa a alegre inocência da criança
E a cólera da fera enraivecida.
Passa o brilho do espírito e dos olhos,
Passam do corpo a formosura e a graça,
Passam o viço e os bálsamos da flor...
Como as carícias, passam os abrolhos,
Só esta minha dor é que não passa,
Passando cada vez a ser maior.
Eugénio de Castro
Onde só há firmeza na mudança,
E onde o homem se abraça a uma esperança,
Mal vê outra esperança já perdida.
Passam no mar as ondas, de fugida,
Passam os vendavais, passa a bonança,
Passa a alegre inocência da criança
E a cólera da fera enraivecida.
Passa o brilho do espírito e dos olhos,
Passam do corpo a formosura e a graça,
Passam o viço e os bálsamos da flor...
Como as carícias, passam os abrolhos,
Só esta minha dor é que não passa,
Passando cada vez a ser maior.
Eugénio de Castro
6 Comments:
Es cierto, los años pasan, todo cambia, pero aquella mirada de dolor sigue acrecentándose. Abrazos.
Mas depois de tudo isso, supera-se akele que consegue sorrir.
Meu deus, Os encantos da Dor... Esta q fortalece e ensina. E que permite felicidades...
Q belo teu Blog... Contrutivo!!!
Volverei!!!
Bjos!
Manu!!!
"Passam no mar as ondas, de fugida,
Passam os vendavais, passa a bonança,
Passa a alegre inocência da criança
E a cólera da fera enraivecida."
Um belo poema de Eugénio de Castro que nos retrata a dor do que se perde no decorrer da vida e que no final continua a doer.
Grata pela partilha.
Um abraço ;)
Não conhecia, Manuel... mas passou a ser um dos meus poemas de eleição...
Há realmente coisas que não passam... Tu não passas...
Um beijinho para ti...
Lice...
Bello soneto, con la dulzura del idioma de Camoes, de Pessoa. Gracias por este espacio.
Saludos...
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