quinta-feira, julho 31, 2008

DOR INFINDA

Tudo esmorece e passa nesta vida,
Onde só há firmeza na mudança,
E onde o homem se abraça a uma esperança,
Mal vê outra esperança já perdida.

Passam no mar as ondas, de fugida,
Passam os vendavais, passa a bonança,
Passa a alegre inocência da criança
E a cólera da fera enraivecida.

Passa o brilho do espírito e dos olhos,
Passam do corpo a formosura e a graça,
Passam o viço e os bálsamos da flor...

Como as carícias, passam os abrolhos,
Só esta minha dor é que não passa,
Passando cada vez a ser maior.

Eugénio de Castro

6 Comments:

Blogger fgiucich said...

Es cierto, los años pasan, todo cambia, pero aquella mirada de dolor sigue acrecentándose. Abrazos.

12:09 da tarde  
Blogger Alessandra Castro said...

Mas depois de tudo isso, supera-se akele que consegue sorrir.

9:26 da tarde  
Blogger Manu Almeida said...

Meu deus, Os encantos da Dor... Esta q fortalece e ensina. E que permite felicidades...
Q belo teu Blog... Contrutivo!!!

Volverei!!!
Bjos!

Manu!!!

1:54 da manhã  
Blogger Rosa Brava said...

"Passam no mar as ondas, de fugida,
Passam os vendavais, passa a bonança,
Passa a alegre inocência da criança
E a cólera da fera enraivecida."

Um belo poema de Eugénio de Castro que nos retrata a dor do que se perde no decorrer da vida e que no final continua a doer.


Grata pela partilha.

Um abraço ;)

1:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não conhecia, Manuel... mas passou a ser um dos meus poemas de eleição...

Há realmente coisas que não passam... Tu não passas...

Um beijinho para ti...

Lice...

6:04 da tarde  
Blogger ángel said...

Bello soneto, con la dulzura del idioma de Camoes, de Pessoa. Gracias por este espacio.


Saludos...

8:30 da tarde  

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