PERDIDO NA BRUMA
Perdi-me na bruma das coisas terrenas. _
Vagueio, às escuras, num mar de ansiedade...
Se atento os ouvidos, se escuto, oiço apenas,
Em sons murmurantes, a voz da saudade !...
Num mundo distante vislumbro paisagens: _
_Cidades ignotas, castelos de espuma...
Na tela dos «longes» perpassam imagens, _
Não sei distinguilas, perdi-me na bruma !...
Meus olhos absortos, fitando os espaços,
Observam tragédias dum mundo enganoso... _
_Sou nau sepultada no «Mar dos Sargaços»,
Galera perdida no «Mar Tenebroso» !
Descubro, contudo, nas vagas, boiando,
Fragmentos, destroços de armadas vencidas; _
Carcaças enormes no mar, baloiçando,
Florestas de mastros co'as velas caídas !...
... Será que este mundo perdeu sua rota
Num vento de insânia fugal, fugitivo ? ! _
Habito uma ilha confusa, remota,
Perdi-me na bruma... _ não sei onde vivo !
M. Correia da Silva
Vagueio, às escuras, num mar de ansiedade...
Se atento os ouvidos, se escuto, oiço apenas,
Em sons murmurantes, a voz da saudade !...
Num mundo distante vislumbro paisagens: _
_Cidades ignotas, castelos de espuma...
Na tela dos «longes» perpassam imagens, _
Não sei distinguilas, perdi-me na bruma !...
Meus olhos absortos, fitando os espaços,
Observam tragédias dum mundo enganoso... _
_Sou nau sepultada no «Mar dos Sargaços»,
Galera perdida no «Mar Tenebroso» !
Descubro, contudo, nas vagas, boiando,
Fragmentos, destroços de armadas vencidas; _
Carcaças enormes no mar, baloiçando,
Florestas de mastros co'as velas caídas !...
... Será que este mundo perdeu sua rota
Num vento de insânia fugal, fugitivo ? ! _
Habito uma ilha confusa, remota,
Perdi-me na bruma... _ não sei onde vivo !
M. Correia da Silva