TRÊS CANÇÕES
I
Eu sou dum poente calmo
Aquela nuvem mais triste,
Se te perguntam por mim
Tu nem dizes que me viste.
Sempre de face voltada
Para o sol quando desponta
Vais vivendo em alvorada
E de mim nem dando conta.
Se te perguntam por mim
Respondes que nem me viste.
Eu sou dum poente calmo
Aquela nuvem mais triste...
II
Desfolhas um malmequer
E dás fé no que te diz
Nem te lembrando sequer
Das juras que eu te fiz.
Queria que tu soubesses
Desfolhar o meu desejo
E que em troca tu me desses
Por cada pétala um beijo...
Mas não há descrer maior
Que o descrer duma mulher:
_Perguntas pelo meu amor
À morte dum malmequer...
III
No dia do meu enterro
Não te ponhas a chorar
Pensa que fui eu primeiro
Para depois te chamar
Quando eu partir de mãos postas
Para ir a enterrar
Se é de mim que tu gostas
Não te ponhas a chorar
Porque eu parto e vou primeiro
Para procurar nos ceus
Nosso lugar verdadeiro:
_À mão direita de Deus.
Álvaro Leitão
Eu sou dum poente calmo
Aquela nuvem mais triste,
Se te perguntam por mim
Tu nem dizes que me viste.
Sempre de face voltada
Para o sol quando desponta
Vais vivendo em alvorada
E de mim nem dando conta.
Se te perguntam por mim
Respondes que nem me viste.
Eu sou dum poente calmo
Aquela nuvem mais triste...
II
Desfolhas um malmequer
E dás fé no que te diz
Nem te lembrando sequer
Das juras que eu te fiz.
Queria que tu soubesses
Desfolhar o meu desejo
E que em troca tu me desses
Por cada pétala um beijo...
Mas não há descrer maior
Que o descrer duma mulher:
_Perguntas pelo meu amor
À morte dum malmequer...
III
No dia do meu enterro
Não te ponhas a chorar
Pensa que fui eu primeiro
Para depois te chamar
Quando eu partir de mãos postas
Para ir a enterrar
Se é de mim que tu gostas
Não te ponhas a chorar
Porque eu parto e vou primeiro
Para procurar nos ceus
Nosso lugar verdadeiro:
_À mão direita de Deus.
Álvaro Leitão