domingo, agosto 01, 2010

SÚPLICA

Há no meu peito, que soluça e chora
Uma indizível, intíma tristeza...
Feita da acerba magna da incerteza,
Eu que o lançou o vosso olhar, senhora!

Se vejo perpassar-vos na aspereza
Do meu caminho _ eu antevejo a aurora...
E, após o vosso olhar que me enamora,
De novo sinto esta agonia acesa...

E dia ou noite, se vos vejo ou não...
E, n'esta incerta mágoa ou alegria,
Voga sem rumo o pobre coração...

Astro de luz, estrela do meu norte!
Ou dai-me a negra noite ou o claro dia:
Mas não me deis esta incerteza _ a morte.

António Molarinho