CINZA AO VENTO ...:
Nós somos como o fogo da queimada:
Só se apaga no fim de consumido ...
Depois... «monte de cinza espalhada,
Para o caminho ficar desimpedido ...»
Pode o vento dizer que não é nada,
Que mais além será reacendido ...
Mas cinza, que foi tudo e depois nada,
Não voltará para nós a ter sentido !
Falta o sangue na carne palpitante,
Coração a dizer que está presente
Na eterna combustão de cada instante...
Tudo o mais, para além do que se sente,
Pode ser um favor do Céu, constante
Mas só cinza a caminho do poente ...
Maria Antunes Vieira
Só se apaga no fim de consumido ...
Depois... «monte de cinza espalhada,
Para o caminho ficar desimpedido ...»
Pode o vento dizer que não é nada,
Que mais além será reacendido ...
Mas cinza, que foi tudo e depois nada,
Não voltará para nós a ter sentido !
Falta o sangue na carne palpitante,
Coração a dizer que está presente
Na eterna combustão de cada instante...
Tudo o mais, para além do que se sente,
Pode ser um favor do Céu, constante
Mas só cinza a caminho do poente ...
Maria Antunes Vieira