HUMORISMOS
Se neste labutar em que vivemos,
Neste mar de ilusões que atravessamos,
Desde o colo materno em que choramos
Até à vala fria onde descemos;
Se neste labirinto em que perdemos
Tantas vezes a fé com que sonhamos,
Neste martírio atroz que desfolhamos
Levados p'la má sina em que nascemos,
Não houvesse por vezes um conforto
Que em rajadas de luz, vem mitigar
Quem no manto do tédio vive absorto,
Maldiria, sem dó, a terra, o mar,
Este mundo cruel que nasceu torto
E ninguém é capaz de endireitar.
Xavier de Magalhães
Neste mar de ilusões que atravessamos,
Desde o colo materno em que choramos
Até à vala fria onde descemos;
Se neste labirinto em que perdemos
Tantas vezes a fé com que sonhamos,
Neste martírio atroz que desfolhamos
Levados p'la má sina em que nascemos,
Não houvesse por vezes um conforto
Que em rajadas de luz, vem mitigar
Quem no manto do tédio vive absorto,
Maldiria, sem dó, a terra, o mar,
Este mundo cruel que nasceu torto
E ninguém é capaz de endireitar.
Xavier de Magalhães