SONETO
Ao sol do estio, adusto e irisado,
E' vê-las tão soberbas de elegância __
Polícromas cabaias que, à distância,
Sugerem-me um jardim jamais sonhado.
Depois, mais perto, aspira-se a fragrância
Da flor-mulher __ oh cândido pecado !__
E aí começa, aí, esse endoidado
Desejo de a colher, inútil ânsia ...
A flor é esquiva, tímida. mimosa,
Bela, desdenha até a própria rosa,
E entre os lótus reais refulge ainda ...
Flor tornada mulher __ obra divina !__
Mulher tornada flor, áurea neblina
Que doira os céus do amor e é sempre linda !
Hernâni Anjos
E' vê-las tão soberbas de elegância __
Polícromas cabaias que, à distância,
Sugerem-me um jardim jamais sonhado.
Depois, mais perto, aspira-se a fragrância
Da flor-mulher __ oh cândido pecado !__
E aí começa, aí, esse endoidado
Desejo de a colher, inútil ânsia ...
A flor é esquiva, tímida. mimosa,
Bela, desdenha até a própria rosa,
E entre os lótus reais refulge ainda ...
Flor tornada mulher __ obra divina !__
Mulher tornada flor, áurea neblina
Que doira os céus do amor e é sempre linda !
Hernâni Anjos