ELOGIO DO SONETO
Lembras, no aspecto, as frágeis miniaturas:
escrínio, ou camafleu, flor em redoma,
missal a refulgir de iluminuras,
frasco de ouro a evolar fugace aroma.
Emulo de imperiais cinzeladuras,
que o poeta ductiliza, esmera e croma,
lavor que impõe desvelos e torturas,
mas donde, em versos, a Beleza assoma.
Quem te arquiteta em rimas de alabastro,
enclausurando em ti a imensidade,
da larva subterrânea à luz dum astro,
transmuda-te de fino estôjo em arca,
jóia antiga de eterna mocidade,
sacrário excelso da alma de Petrarca!
Corrêa Pinto
escrínio, ou camafleu, flor em redoma,
missal a refulgir de iluminuras,
frasco de ouro a evolar fugace aroma.
Emulo de imperiais cinzeladuras,
que o poeta ductiliza, esmera e croma,
lavor que impõe desvelos e torturas,
mas donde, em versos, a Beleza assoma.
Quem te arquiteta em rimas de alabastro,
enclausurando em ti a imensidade,
da larva subterrânea à luz dum astro,
transmuda-te de fino estôjo em arca,
jóia antiga de eterna mocidade,
sacrário excelso da alma de Petrarca!
Corrêa Pinto