NO SILÊNCIO MONACAL
Eis, no silêncio monacal, um frémito
De borboletas... Lá de longe em longe,
Sobre a encantada placidez do tanque,
Serenamente caem gotas de água.
Ah! Não podermos suspender o tempo
E conservá-lo, como o fino orvalho
Imóvel neste cálice de rosa...
Ah! Não podermos suspender a vida!
Seremos como as estátuas sombrias
Que ficaram, nos cantos dos jardins,
Ou como as altas torres onde, a espaços,
Voam morcegos, ao morrer do sol!
Eis, no silêncio monacal, um frémito
De borboletas... Como é noite já!
De velha, a água enruga-se num poço...
Tomba do cális, sobre a terra, o orvalho.
João Cabral do Nascimento
De borboletas... Lá de longe em longe,
Sobre a encantada placidez do tanque,
Serenamente caem gotas de água.
Ah! Não podermos suspender o tempo
E conservá-lo, como o fino orvalho
Imóvel neste cálice de rosa...
Ah! Não podermos suspender a vida!
Seremos como as estátuas sombrias
Que ficaram, nos cantos dos jardins,
Ou como as altas torres onde, a espaços,
Voam morcegos, ao morrer do sol!
Eis, no silêncio monacal, um frémito
De borboletas... Como é noite já!
De velha, a água enruga-se num poço...
Tomba do cális, sobre a terra, o orvalho.
João Cabral do Nascimento
6 Comments:
O silêncio é sempre tão inspirador... Este é um belo poema.
Beijo.
Evocador del silencio que se acompaña de la placidez del espiritu y de la paz del alma.
Muy bello, como todo lo que sueles ofrecernos. Es un placer disfrutar con estos escritores desconocidos para mí. Saludos cordiales. Franziska
GRAN TEXTO. GRACIAS POR COMPARTIR.
ABRAZOS
Belíssimo poema, que ecoa no silêncio sempre tão apetecível e até faz enrugar a água no poço!
Um abraço.
Que belo de ler!
Abraços!
Parar a vida para esquecer um pouco a caminhada
Que belo poema
Boa semana
Bjgrande do Lago
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