ESPUMA
Nas horas más em que a tristeza pesa,
fecho os olhos e sonho um mar todo d'espuma,
não há musica igual à voz em que ela reza
em pétalas de choro a cair uma a uma...
Espuma a abrir ao sol em corolas que morrem,
em jardins de mistério a soluçar na bruma,
eis o que eu queria ser! Enquanto as horas correm,
é esta a minha dor: ser como tu, espuma!
E sem ter uma mãe que me console e adore
e sem ter um amor para beijar-me os olhos,
ser uma pobre flor em poeira nos escolhos...
E viver e morrer sem que ninguém me chore,
tendo toda a beleza e toda a alvura
a rolar numa onda cheia de doçura...
António Patrício
fecho os olhos e sonho um mar todo d'espuma,
não há musica igual à voz em que ela reza
em pétalas de choro a cair uma a uma...
Espuma a abrir ao sol em corolas que morrem,
em jardins de mistério a soluçar na bruma,
eis o que eu queria ser! Enquanto as horas correm,
é esta a minha dor: ser como tu, espuma!
E sem ter uma mãe que me console e adore
e sem ter um amor para beijar-me os olhos,
ser uma pobre flor em poeira nos escolhos...
E viver e morrer sem que ninguém me chore,
tendo toda a beleza e toda a alvura
a rolar numa onda cheia de doçura...
António Patrício
8 Comments:
obrigada pela visita !
um poema cheio de frescura mergulhado nessa espuma :)
cumprimentos
Angela
MUY BELLO TU TEXTO.
ABRAZOS
Um soneto ao mesmo tempo musical e melancólico. Como a espuma do mar. Como a espuma dos dias.
Um beijo.
Olá, querido amigo Manuel!
Como está?
Li o soneto publicado (não gosto do termo postado), k é triste e onde o autor tanto se lamenta, e fiquei com sabor de espuma cinzenta nos sentidos.
Espuma branquinha, como a do mar, que é a essa a k o poeta se refere, essa sim, nós todos queremos, mas é difícil termos vivências, alegrias, assim, como ela.
Pensemos, então, na espuma de um beijo. Que doçura, que alvura, que mistura e que ternura!
Agradeço visita e comentário.
Beijinhos e bom fim de semana.
Uma graça o teu blogue. <3
A "Céu" , e sua propaganda !!!!!!
E sem ter uma mãe que me console e adore
e sem ter um amor para beijar-me os olhos,
ser uma pobre flor em poeira nos escolhos...
E viver e morrer sem que ninguém me chore,
tendo toda a beleza e toda a alvura
a rolar numa onda cheia de doçura...
Es un soneto pleno de añoranza con la certeza de la soledad por compañera, triste pero realista reflexión. Me ha gustado mucho. Franziska
"E viver e morrer sem que ninguém me chore"...
Assim é.
Beijinho doce
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