sábado, maio 23, 2015

EM VILA VIÇOSA

(À memória de Florbela Espanca)

Senti, sob os meus pés, a terra quente
Que cantaste com zelo arrebatado!
O teu verso foi sempre chama ardente
De um terno coração apaixonado...

Senti, numa ternura comovente,
Que vibravas, uníssona, ao meu lado
Nesse Paço Ducal, sóbrio, imponente,
Que o meu olhar hauria deslumbrado,

Descuidada e feliz segui contigo,
Pelos campos de trigo, já ceifado,
Descansamos depois, pedindo abrigo

Á sombra dum sobreiro ensanguentado...
Numa curva da estrada __ muito branca __,
Tu disseste-me: «Adeus»... Florbela Espanca.
 

        
Lisette Villar de Lucena Tacla

http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca

4 Comments:

Blogger Graça Pires said...

"À sombra dum sobreiro ensanguentado...
Numa curva da estrada __ muito branca
Tu disseste-me: «Adeus»... Florbela Espanca."
Que belo soneto à nossa Florbela. Parabéns à autora.
Beijo.

11:26 da manhã  
Blogger lis said...

Florbela ,sempre perfeita em seus poemas .
Gosto muito.
Obrigada da visita . Abraço

8:46 da tarde  
Blogger MARILENE said...

Não conhecia esses versos e fiquei encantada com eles. A autora fez uma linda homenagem a Florbela, tão admirada! Abraço.

10:12 da tarde  
Blogger Franziska said...

Precioso soneto el que has compartido con tus lectores. Siempre es grato lo bello bien construido y armonioso. Gracias por drlo a conocer. Un abrazo desde la Comunidad de Madrid.

9:10 da tarde  

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