APÓLOGO DA MORTE
Vi eu um dia a Morte andar folgando
Por um campo de vivos, que a não viam.
Os velhos, sem saber o que faziam
A cada passo nela iam topando.
Na mocidade os moços confiando,
Ignorantes da morte, a não temiam.
Todos cegos, nenhuns se lhe desviam;
Ela a todos c’o dedo os vai contando.
Então, quis disparar, e os olhos cerra:
Tirou, e errou! Eu, vendo seus empregos
Tão sem ordem, bradei: Tem-te, homicida!
Voltou-se, e respondeu; Tal vai de guerra!
Se vós todos andais comigo cegos,
Que esperais que convosco ande advertida?
D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666)
3 Comments:
A morte: nunca lhe escapamos e nem é preciso andarmos aos tiros...
Um belo poema de D. Francisco Manuel de Melo.
Um beijo, meu amigo.
Si no vemos la muerte es porque no "estamos en alguna guerra" y en el mundo hay muchas en estos momentos porque los fabricantes de armas trabajan para seguir viviendo.
Bromas, aparte. Ahora hablemos en serio y haciendo caso de la metáfora que nos ofreces porque es cierto que no podemos pedir que Ella use unos medios distintos a los nuestros.
Saludos muy cordiales y afectuosos y aprovecho la ocasión para darte las gracias por la información que me enviaste sobre la marcha de la dignidad.
A morte nos acompanha desde o primeiro suspiro.
Um abraço
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