sábado, agosto 09, 2014

O VELHO POVEIRO

Com a voz cansada de falar às ondas
E a pele curtida do vento do mar,
Pescador velhinho, que mistério sondas?
Que, perscruta, ao longe, teu fincado olhar?

Sentado na praia, nas dunas redondas,
Vendo as nuvens densas que enegrecem o ar,
Que receio oprime, por mais que o escondas,
Teu trémulo rosto, teu peito a arquejar?

Tu que navegavas sem um sobressalto
Entre nevoeiros, temporais, escolhos,
Porque estás agora pálido, inquieto?


Porque nessas lanchas que andam no mar alto,
E que em vão procuras, alongando os olhos,
Numa vem teu filho, noutra vem teu neto!
Alberto D'Oliveira

5 Comments:

Blogger Evanir said...

Vale a pena ler....
Nesse Domingo comemora o dia dos pais
muitos como eu já não tem mais
a alegria da presença física de pai.
Por isso de alguma forma nesse dia
procuro estar feliz da forma
que meu pai sempre gostou.
Com certeza ficaria muito chateado
se pudesse me ver chorar nesse dia.
Guardo na memoria um pai que
mesmo sendo bravo a moda antiga.
Fui muito amada..
recordo com infinita saudades
quando brincava passando em meu rosto,
a barba por fazer.
Do almoço Domingueiro onde
minha mãe fazia a pasta
deliciosa que ela fazia.
Um abençoado final de semana.
Feliz dia dos pais independente
da Circunstância.
Beijos no coração carinhos na alma.
Evanir.
Deixei mimo na postagem como
lembrança desse dia.

5:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

ⒽⒺⓁⓁⓄ cher Manuel !
Merci pour ce superbe partage !

☼ je t'envoie plein de douces pensées d'Asie.

≧^◡^≦ Bon dimanche !

1:27 da manhã  
Blogger Shirley Brunelli said...

É a evolução a causar preocupações no velho pescador...
Lindíssimo soneto.
Beijos!

12:44 da tarde  
Blogger Anne Lieri said...

Alberto,realmente maravilhosa sua poesia e os pais nunca se afligem por si mesmos, mas pelos filhos sempre! bjs e feliz dia dos pais a vc,

2:24 da tarde  
Blogger Menina Marota said...

A realidade da vida de quem anda no mar.
Excelente!

10:54 da tarde  

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