segunda-feira, outubro 21, 2013

ORLA MARÍTIMA

O tempo das suaves raparigas
é junto ao mar ao longo da avenida
ao sol dos solitários dias de dezembro.
Tudo ali pára como nas fotografias.
É a tarde de agosto o rio a música o teu rosto
alegre e jovem hoje ainda quando tudo ia mudar.
És tu surges de branco pela rua antigamente
noite iluminada noite de nuvens ó melhor mulher.
(E nos Alpes o cansado humanista canta alegremente)
«Mudança possui tudo»?  Nada muda
nem sequer o cultor dos sistemáticos cuidados
levanta a dobra da tragédia nestas lisas horas.
Deus anda à beira de água calça arregaçada
como um homem se deita como um homem se levanta.
Somos crianças feitas para grandes férias
pássaros pedradas de calor
atiradas ao frio em redor
pássaros compêndios de vida
e morte resumida agasalhada em asas.
Ali fica o retrato destes dias
gestos e pensamentos tudo fixo.
Manhã dos outros não, nossa manhã
pagão solar de uma alegria calma.
Da terra vem a água e da água a alma
o tempo é a maré que leva e traz
o mar às praias onde eternamente somos.
Sabemos agora em que medida merecemos a vida.
     
                       Ruy Belo

3 Comments:

Blogger tulipa said...

Belíssima poesia de Ruy Belo

...
suaves raparigas
junto ao mar
ao longo da avenida
ao sol
dias de dezembro.
nas fotografias.
É a tarde de agosto
o rio
a música
o teu rosto
alegre
e jovem

Palavras simples
do dia a dia
interessantes.

Obrigado pela partilha.

11:48 da manhã  
Anonymous Mamé 09 said...

Não é fácil de apreciar este poema com o tradutor.
Dia agradável!

2:37 da tarde  
Blogger ✿France✿ said...

je passe te dire bonsoir
je suis tardive mais ce n'est pas trop important
bonne soirée

6:26 da tarde  

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