HORAS MORTAS
O burgo dorme... Só, tristonha e feia,
Anda no ar a sombra, a velha harpia.
E decerto de nada se arreceia,
P'lo modo como tudo encara e espia.
Mas, de repente, vem a lua cheia
Rasgar os véus da noite escura e fria,
E agora cai a jorros nesta aldeia
Luz tão brilhante que parece dia.
Espavorida, a sombra foge, voa
Nem sei p'ra onde. Ao longe ainda soa
O ritmo estrangulado de quem chora...
Depois, como gentis e bons irmãos,
O luar e o silêncio unem as mãos
E vão bailando pela noite fora.
César de Frias
Anda no ar a sombra, a velha harpia.
E decerto de nada se arreceia,
P'lo modo como tudo encara e espia.
Mas, de repente, vem a lua cheia
Rasgar os véus da noite escura e fria,
E agora cai a jorros nesta aldeia
Luz tão brilhante que parece dia.
Espavorida, a sombra foge, voa
Nem sei p'ra onde. Ao longe ainda soa
O ritmo estrangulado de quem chora...
Depois, como gentis e bons irmãos,
O luar e o silêncio unem as mãos
E vão bailando pela noite fora.
César de Frias
2 Comments:
Gostei. Especialmente da imagem do luar e do silêncio a bailar de mãos dadas.
Um abraço e bom fim de semana
Bonjour DANSER la nuit oui et regarder la lune quel beau programme bise
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