O PEQUENO MENDIGO
Avesinha caída um dia à lama,
Do coração d'alguma humilde mãe,
Que o deixou ir sem forças, como quem
N'uma onda vê sumir-se o que mais ama.
Foi da miséria ao vício e irá também,
Na preversão que os maus instintos chama,
Do vício hediondo ao crime, que ninguém
N'esse espírito em flôr a luz derrama.
E passa os dias o inocente _ a errar
De porta em porta, mendigando o pão
Que à noite a um dono tem de apresentar.
Há lá mais triste e negra condição ?
Morrer de fome e não poder tocar
Nas três míseras côdeas que lhe dão ?...
Manuel Ribeiro
Do coração d'alguma humilde mãe,
Que o deixou ir sem forças, como quem
N'uma onda vê sumir-se o que mais ama.
Foi da miséria ao vício e irá também,
Na preversão que os maus instintos chama,
Do vício hediondo ao crime, que ninguém
N'esse espírito em flôr a luz derrama.
E passa os dias o inocente _ a errar
De porta em porta, mendigando o pão
Que à noite a um dono tem de apresentar.
Há lá mais triste e negra condição ?
Morrer de fome e não poder tocar
Nas três míseras côdeas que lhe dão ?...
Manuel Ribeiro
3 Comments:
Que tristeza! :-((
Abraço
Olá Manuel,
Um soneto triste, mas que retrata uma dura realidade.Há muita sensibilidade nos versos.
Abraço.
E quantas são essas crianças abandonadas, com a infância perdida e roubada! Uma realidade que sensibiliza, mas que requer providências outras que não temos, como indivíduos, condições de adotar.
(Li alguns poemas do blog e são muito bons. Parei aqui pela autoria.)
Abraço.
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