FORMOSO TEJO
Formoso Tejo meu, quão diferente,
Te vejo e vi, me vês agora e viste:
Turvo te vejo a ti, tu a mim triste,
Claro te vi eu já, tu a mim contente.
A ti, foi-te trocando a grossa enchente
A quem teu largo campo não resiste;
A mim trocou-me a vista em que consiste
O meu viver contente ou descontente.
Já que somos no mal participantes
Sejamo-lo no bem. Ó quem me dera
Que fôssemos em tudo semelhantes!
Lá virá então a fresca primavera,
Tu tornarás a ser quem eras dantes:
Eu não sei se serei quem dantes era!
Francisco Rodrigues Lobo
Te vejo e vi, me vês agora e viste:
Turvo te vejo a ti, tu a mim triste,
Claro te vi eu já, tu a mim contente.
A ti, foi-te trocando a grossa enchente
A quem teu largo campo não resiste;
A mim trocou-me a vista em que consiste
O meu viver contente ou descontente.
Já que somos no mal participantes
Sejamo-lo no bem. Ó quem me dera
Que fôssemos em tudo semelhantes!
Lá virá então a fresca primavera,
Tu tornarás a ser quem eras dantes:
Eu não sei se serei quem dantes era!
Francisco Rodrigues Lobo
3 Comments:
Um belo soneto de apelo e esperança...desencantado o poeta continua a acreditar!!
Acreditemos pois!!!
Abraço!
é o Tejo que nos embala, que nos ilumina, a nós, que vivemos e madrugamos vivos nas suas margens...
mas a verdade é que ambos, o Tejo e nós, somos mutáveis a cada nanodécimo de segundo.
gostei de aqui estar. obrigada
Mel
Que não morra a vontade de acreditar.
Abraço*
Enviar um comentário
<< Home