RELÍQUIA
Era de minha mãe; é um pobre xale,
que tem p'ra mim uma carícia de asa.
Vou-lhe pedir ainda, que me fale
da que ele agasalhou em nossa casa.
Na sua trama, já puída e lassa,
deixo os meus dedos para senti-la ainda:
e Ela vem, é Ela que me abraça,
fala de coisas que a saudade alinda.
É a minha mãe, mais perto, mais pertinho,
que eu sinto quando toco o velho xale,
que guarda não sei quê do seu carinho;
e, quando a vida mais me dói, no escuro,
sinto, ao tocá-lo, como alguém que embale
e beije a minha sede de amor puro.
António Patrício
que tem p'ra mim uma carícia de asa.
Vou-lhe pedir ainda, que me fale
da que ele agasalhou em nossa casa.
Na sua trama, já puída e lassa,
deixo os meus dedos para senti-la ainda:
e Ela vem, é Ela que me abraça,
fala de coisas que a saudade alinda.
É a minha mãe, mais perto, mais pertinho,
que eu sinto quando toco o velho xale,
que guarda não sei quê do seu carinho;
e, quando a vida mais me dói, no escuro,
sinto, ao tocá-lo, como alguém que embale
e beije a minha sede de amor puro.
António Patrício
7 Comments:
É SEMPRE UM PRAZER ENORME PASSAR POR AQUI.
ABRAÇO.
Obrigada pela visita. Passarei por aqui sempre, e de propósito!
Uma relíquia este soneto
que diz de sua beleza
que nada é mais puro
que o amor de mãe,
com toda a certeza!
Bonito xaile de carícias
que faz na vida tantas delícias...
Beijito Manuel
MANUEL: como faço para seguir-te?
Um blog de poesia do espólio literário português, não se pode perder...DE repente, encontrei-me numa das minhas aulas de PORTUGUÊS...Todos os séculos da nossa LITERATURA, por aí abaixo...? Não, não posso perder-te de vista...
BEIJO DE
Mª ELISA
me acurruco en los brazos de la Madre Tierra....
:-)
siempre es un gusto visitarte,
saludines otoñales
Madres inolvidables. Abrazos.
chorei...
abraços
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