terça-feira, fevereiro 16, 2016

CERTA VOZ NA NOITE, RUIVAMENTE

Esquivo sortilégio o dessa voz, opiada
Em sons cor de amaranto, às noites de incerteza,
Que eu lembro não sei de Onde _ a voz duma Pricesa
Bailando meia nua entre clarões de Espada .

     
Leonina, ela arremessa a carne arroxeada;
E bebeda de Si, arfante de Beleza,
Acera oa seios nus, descobre o sexo... Reza
O espasmo que a estrebucha em Alma copulada...
     
Entanto nunca a vi mesmo em visão. Somente
A sua voz a fulcra ao meu lembrar-me. Assim
Não lhe desejo a carne _ a carne inexistente...
     
É só voz-em-cio a bailarina astral _
E nessa voz-Estátua, ah! nessa voz-total,,
É que eu sonho esvair-me em vícios de marfim...
     
                    Mário de Sá-Carneiro
                18//05/1890 _ 26/05/1916    

15 Comments:

Blogger redonda said...

Não sei se já o poderei ter lido antes. Gostei.
um beijinho e uma boa semana
Gábi

12:50 da manhã  
Blogger Ana said...

Gostei! vícios, quem não os tem? :)
abraço

11:01 da manhã  
Blogger JU said...

Gostei muito de ler este poema e agradeço a visita e o comentário. Como este estava em duplicado e eu "pesco" pouco destas coisas da "net", ao querer apagar um acabei por apagar os dois. Pelo sucedido peço desculpa. Mais uma vez obrigada.
Um abraço e até breve

3:15 da tarde  
Blogger Franziska said...

Disculpame. He tenido dificultades para entender bien el texto del soneto que habla de una princesa española bella pero que no termino de enterarme del sentido del mismo.
Aunque prefiero esforzarme y entender el texto, he buscado el traductor sin encontrarlo. Me he dado por vencida. Supongo que lo haces porque no quieres el destrozo que el traductor robot hace de la poesía. Lo comprendo.

Gracias por tus palabras y visitas. Cordialmente. Franziska

4:14 da tarde  
Blogger Graça Pires said...

É sempre bom encontrar Mário de Sá-Carneiro para ler. Este soneto diz bem do talento do poeta. Obrigada pela partilha.
Um beijo.

P.S. Já é muito bom para mim saber que me lê...

9:10 da tarde  
Blogger Ana said...

Voltei e encontro este belo poema .
Obrigada, Manuel .

9:39 da tarde  
Blogger Maria Rodrigues said...

Excelente escolha, lindo poema.
Um abraço
Maria

9:45 da tarde  
Blogger Zilani Célia said...

NÃO CONHECIA ESTE AUTOR,MAS, GOSTEI DO QUE LI.
ABRÇS

http://. zilanicelia.blogspotcom.br/

7:58 da tarde  
Blogger Mariazita said...

Gosto muito de Mário Sá Carneiro. Quase apetece dizer: Já não se fazem poetas como antigamente... :)

Obrigada pelos parabéns à minha "CASA". O poema de João de Deus é muito giro. Já quase não me lembrava dele... Foi bom recordar.

Bom fim de semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

7:21 da tarde  
Blogger CÉU said...

Um poema onde o poeta mistura o concreto com o abstrato, sabiamente, embora a sua escrita reflita a sua forma de ser e pensar, que era "desnorteada".
Penso que o problema deste poeta não foi a falta de dinheiro, como disse numa carta a Fernando Pessoa, mas os seus antecedentes, a sua infância, a sua orfandade materna, enfim, a falta de amor e naturalmente a sua baixíssima autoestima.
Suicidou-se mto jovem e em Paris. Tinha de ser nesta cidade. O "pessoal" e qdo as "coisas" não correm bem, vai para a capital francesa. Eu sei k é a Cidade da Luz, mas...

"Un apple a day, makes de doctor away", diz-se, portanto entendo mto bem o teor do seu comentário no meu blogue.

Abraço e boa semana.

6:54 da tarde  
Blogger Blog da Gigi said...

Ótimo dia!!!!!!!!!! Beijos

11:45 da manhã  
Blogger Laura Santos said...

Mário de Sá Carneiro é um dos nossos grandes poetas,
geralmente esquecido. Bom relembrá-lo neste poema, no
qual o devaneio poético encontra a imaginada musa.
Boa partilha, Manuel.
xx

3:14 da tarde  
Blogger Diana Machado said...

Tenho uma amiga que foi minha colega de Universidade que mora ai em Almeirim :) que engraçado ! Belos poemas

4:49 da tarde  
Blogger MARILENE said...

Uma ótima escolha... um grande poeta. Devaneios, foi o que me passaram os versos. Abraço.

2:33 da manhã  
Blogger Laura Ferreira said...

belíssimo poema.

5:48 da tarde  

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