segunda-feira, fevereiro 01, 2016

IMPOSSÍVEL DESCRIÇÃO

Entre as vigas duma sala,
ou entre o céu e a terra?
     
A dimensão que me encerra,
nunca sei qualificá-la.
     
Sei que, por vezes, me ausento
para algum furtivo mal:
inseguro pedestal
onde, aos poucos, eu me invento.
     
E se cada espelho me retrata
duma forma diferente
não me levem a nenhum psiquiatra;
porque eu não estou doente
nem preciso da droga que me trata.
     
Se é esse o problema,
não é essa a solução.
Nem me levem ao cinema,
apenas porque estou triste
Este mal do coração
sempre persiste
e insiste.
     
Este mal do coração!
Isto que sinto antes de sentir dor...
Esta pré-dorida sensação
de cesuras, ritmo, rima,
música, dança. folclore...
e esta fúria suprema
do momento criador.
     
Entre as vigas duma sala,
ou entre o céu e a terra?
     
A dimensão que me encerra,
nunca sei qualificá-la.
     
          Fernanda Botelho    
 

15 Comments:

Blogger Graça Pires said...

Um grande poema de Fernanda Botelho. Pude lê-lo e relê-lo para alcançar todo o sentido. E "a dimensão que me encerra, nunca sei qualificá-la". Obrigada pela partilha.
Beijos.

1:21 da tarde  
Blogger CÉU said...

Agradeço a sua visita, embora silenciosa. Eu continuo a ser a mesma, sem tirar, nem pôr.

Um lindíssimo poema, de "fácil" decifração: É O AMOR, É MAL DE AMOR!

Que a felicidade esteja por aí, como tantas vezes o meu amigo diz.

9:40 da tarde  
Blogger AdolfO ReltiH said...

MUCHAS GRACIAS POR COMPARTIRNOS TAN INTERESANTE TEXTO.
ABRAZOS

12:58 da manhã  
Blogger helia said...

Um lindo Poema de Fernanda Botelho , que gostei muito de ler !
Obrigada pela partilha

9:59 da manhã  
Blogger Maria Rodrigues said...

Execelente escolha, lindíssimo poema.
Um abraço
Maria

6:24 da tarde  
Blogger Franziska said...

Los versos son intensos y acertados en explicar las "dolencias" del amor. Saludos cordiales. Franziska

8:40 da tarde  
Blogger Katina said...

Estamos entre el cielo y el infierno ,presos de un mal corazón,un abrazo gigante para ti.

3:59 da manhã  
Blogger tulipa said...


Belo poema, Manuel!

E se cada espelho me retrata
duma forma diferente
não me levem a nenhum psiquiatra;
porque eu não estou doente
nem preciso da droga que me trata.

Muito bem escrito. Obrigado pela partilha.

A semana passada o "ANO SABÁTICO" fez o 2º aniversário
e andei numa correria a convidar alguns amigos para um cházinho virtual,
não deu para vir cá.

Ando agora a correr as capelinhas a agradecer a quem lá foi...
no seu caso, está convidado, apareça.

Não é bem...não se pode dar uma festa física!
Até se pode, se tudo for bem pensado e organizado,
o problema é que estamos todos distantes uns dos outros!

Mas, nada me impede de convidar todos a tomar um chá virtual.

SÓ ASSIM ENTENDO A MINHA PRESENÇA NA BLOGOSFERA.

E assim continuarei, dê-me Deus saúde para o poder fazer.

BOM FIM SEMANA DE CARNAVAL
Beijinhos

nota: ontem fui fotografar o desfile de Carnaval das Escolas
e hoje vou ter que me debruçar sobre as 200 fotos
e escolher umas 10 para fazer um post.

5:49 da tarde  
Blogger Lunna said...

Me ha encantado el poema, gracias por traerlo hasta aqui.

Besos.

Lunna.

12:07 da manhã  
Blogger Marina-Emer said...

Los versos me han parecido muy bellos ...el amor puede ser muy hermoso pero hay que saberlo mantener tanto en una estación como en otra... el amor si es cierto nunca deja de caer...pero hasta sin motivo a veces le ves como va desapareciendo ...gracias amigo por tu comentario que poco mas o menos esto me dices tu ...
un abrazo

8:28 da tarde  
Blogger CÉU said...

Agradeço visita e lógico comentário.

AQ felicidade procura-se. Ela não cai do céu.

Boa semana, Manuel!

5:32 da tarde  
Blogger GarçaReal said...


A escolha é magnífica.

Uma bela partilha repleta de interesse.

Obrigada pela visita e uma boa semana

Bjgrande do Lago

5:56 da tarde  
Blogger AMALIA said...

Un hermoso poema. Bellas letras.

Muchas gracias.
Un abrazo

11:24 da tarde  
Blogger AMALIA said...

Mil gracias por el lindo poema en tu amable visita.
Un abrazo

11:27 da tarde  
Blogger © Piedade Araújo Sol (Pity) said...

uma partilha de um belo poema da Fernanda Botelho que nos encanta com os seus desencantos sobre o amor.
gostei!
bom fim de semana.
beijinhos
:)

3:53 da tarde  

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