A TERRA
Fecundarás a terra com o suor do teu rosto.
GENESIS,
Cavai, eternamente, a velha terra !
Sofrei, suai, gemei, na dura enxada,
Fecundai-a na paz, ou pela guerra,
Quer seja pelo arado, ou pela espada.
Ò Homem ! trabalhar é tua herança,
Até que a morte, enfim grite: _descansa !
É a árvore a tua companheira,
O lar, a tenda, a sombra de teus passos,
Da tua amante a perfumada esteira,
Como bençãos, t'estende os longos braços.
E ou seja em teu inverno ou teu estio,
É teu berço, teu leito, e teu navio !
É preciso que as lágrimas que correm
Façam crescer dos cardos os trigais,
E por cima dos corpos dos que morrem
Se ergam verdes loureiros triunfais.
É preciso que em paz, ou pela guerra,
Com pranto ou sangue, se fecunde a terra !
É preciso cavá-la ! _Nos teus braços
Luza a enxada, ou o gládio dos destroços.
A vida é curta, e breves nossos passos
E as flores vivem, crescem sobre os ossos.
O berço, não é mais, ó criatura !
Que a linha d'união, à sepultura.
É preciso que a morte, a dor, os lutos
Se transformem em vinhas ostentosas,
Nossos prantos convertam-se nos frutos,
Do sangue dos heróis tinjam-se as rosas.
Sofrei, lutai, morrei, ò infelizes !
__O vosso sangue é útil às raízes.
António Duarte GOMES LEAL
GENESIS,
Cavai, eternamente, a velha terra !
Sofrei, suai, gemei, na dura enxada,
Fecundai-a na paz, ou pela guerra,
Quer seja pelo arado, ou pela espada.
Ò Homem ! trabalhar é tua herança,
Até que a morte, enfim grite: _descansa !
É a árvore a tua companheira,
O lar, a tenda, a sombra de teus passos,
Da tua amante a perfumada esteira,
Como bençãos, t'estende os longos braços.
E ou seja em teu inverno ou teu estio,
É teu berço, teu leito, e teu navio !
É preciso que as lágrimas que correm
Façam crescer dos cardos os trigais,
E por cima dos corpos dos que morrem
Se ergam verdes loureiros triunfais.
É preciso que em paz, ou pela guerra,
Com pranto ou sangue, se fecunde a terra !
É preciso cavá-la ! _Nos teus braços
Luza a enxada, ou o gládio dos destroços.
A vida é curta, e breves nossos passos
E as flores vivem, crescem sobre os ossos.
O berço, não é mais, ó criatura !
Que a linha d'união, à sepultura.
É preciso que a morte, a dor, os lutos
Se transformem em vinhas ostentosas,
Nossos prantos convertam-se nos frutos,
Do sangue dos heróis tinjam-se as rosas.
Sofrei, lutai, morrei, ò infelizes !
__O vosso sangue é útil às raízes.
António Duarte GOMES LEAL
5 Comments:
Manuel
Merci pour ton passage
Não conhecia. Gostei, obrigada.
um beijinho e um bom Domingo
Gábi
Tan real y tan cercano a la vida.
Não conhecia este poema.
Obrigada pela partilha.
Um abraço e resto de bom Domingo.
Gomes Leal anda tão esquecido. Este poema é soberbo! Obrigada por lembrá-lo aqui.
Abraço.
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