quinta-feira, setembro 28, 2006

ANTONIO SERRÃO DE CASTRO


Onze vezes de folhas revestida,
Onze vezes de flores adornada,
Onze vezes de fruto carregada
Te vi, ameixieira, aqui nascida.

Outras tantas também te vi despida,
De folhas, flores, frutos despojada,
Pelo rigor do Inverno saqueada,
E a seco tronco toda reduzida.

Também a mim me vi já revestido
De folhas, flores, frutos adornado,
De amigos e parentes assistido.

De todas eis-me aqui tão desprezado;
Mas tu voltas a ter o que hás perdido,
E eu não terei já mais o antigo estado.

António Serrão de Castro
1610_1684
Para se compreender este poema há que saber um pouco sobre António Serrão de Castro. Levantando um pouco do véu, direi que foi escrito na prisão, e que o poeta foi condenado pelos Inquisidores, Ordinários e Deputados da Santa Inquisição, desprezadas as cínicas instâncias do Santo Ofício.

12 Comments:

Anonymous Anónimo said...

À beira mar vi o teu corpo nu
Avançar para o caminho que desenhavas.
Entre o Sol que se tapava
E a Lua que se despia
Ali estavas entregue ao teu horizonte.

Esqueceste e eu esqueci
Que o Mundo é também nosso.
Basta que se olhe o Universo
Se sintam os astros e as marés,
E ali estamos nós acariciados
Pelas ondas da paixão.

Voltaste e sorriste-me
Como uma flor que se abre ao Sol.

Quando te respirei
Enchi-me de aromas salgados.
Quando te beijei
Experimentei o sabor da volúpia,
Logo que te abracei
Senti a fervor do teu corpo.

Quando nos amámos
Vi nos teus olhos o brilho intenso
De uma alma que se entrega.

Soube então recitar os versos
De uma paixão que se escreve
Num arco-íris de mil cores
Que enlaça o espírito dos amantes.

Nesse fim de tarde
Não fui poeta.
Fui a mulher que te segredou
O silêncio do Amor eterno.

beijosss doces e eternos by pequenita :o)

12:12 da tarde  
Blogger Carla said...

Lindo este poema por onde passam as nossas estações do ano, da vida?
Beijinhos e um bom fim-de-semana.

1:17 da tarde  
Blogger delusions said...

Que poema bonito...

"Mas tu voltas a ter o que hás perdido,
E eu não terei já mais o antigo estado."

Adorei a escolha*
Bjs

4:51 da tarde  
Blogger fgiucich said...

Un dulce y bello poema. Abrazos.

6:59 da tarde  
Blogger Poesia Portuguesa said...

Lindíssimo!
Beijo e grata pela partilha ;)

11:22 da tarde  
Blogger Menina do Rio said...

Entre tantas e de todas hoje estou aqui "de propósito" me deliciando em tão belo poema!

Deixo-te um beijo e tenha um bom fim de semana!

11:43 da tarde  
Blogger Fernando Palma said...

Ta ai: não conhecia, mais gostei...
abs.

4:51 da manhã  
Blogger Dafne said...

Intenso.
Gostei muito, Manuel.
Um bom fim de semana!
Fica bem.

1:13 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

… e logo à noite,
quando a brisa ainda quente
encobrir os nossos corpos
suados e derramados.

…quando soltarmos a torrente
de paixão que nos incendeia,
nos transforma num abraço
escaldante e fogoso.

… quando em ti beber o desejo
que vertes e me lanças nos lábios,
que te beijam e invadem.

…logo à noite,

humm direi apenas as palavras
que o silêncio devora
em chamas de prazer…

Bom Fim de Semana...beijocasss

3:42 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Um bonito poema, mesmo sendo dificil de entender.
Um beijo aromatico e bom fim de semana menino.
Fica bem

6:53 da tarde  
Blogger BETTINA PERRONI said...

Que triste lo que cuentas del autor de tan bello poema. Tienes razón, entendiendo su realidad se aprecian más sus palabras... besitos Manuel :)

8:55 da tarde  
Blogger Teresa David said...

Pode-se prender o corpo mas nunca o pensamento, e este poema demonstra exactamente isso.
Obrigada pela visita ao meu blog.
Bjs
TD

10:37 da tarde  

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