sexta-feira, agosto 18, 2006

TRABALHO


Não sei o que atrai para teu seio
Se és quem me martirisa e faz sofrer.
Sinto que te adoro, e te odeio,
Não te quero e sem ti não sei viver

Tu és cruel e meiga como o vento
És miséria, fortuna, agonia.
Queria nunca te ter no pensamento
Mas só pensando em ti sinto alegria

És sim o timoneiro do meu destino,
Eu sou no mar da vida peregrino
Que esmola os teus favores, se desejares.

Ter-te sempre nos braços bom seria!
Mas ficarão parados sem valia
Se tu trabalho um dia, me faltares.

Sebastião Mateus Arenque

7 Comments:

Blogger Saramar said...

Manuel, bom dia.
Que poema mais interessante! Enanou-me direitinho, apesar do título.
Muito bonito e bastante original.

beijos

12:40 da tarde  
Blogger Luna said...

Manuel, como sempre uma boa escolha.
Deixo um beijinho de bom fim de semana

1:15 da tarde  
Blogger delusions said...

Que poema interessante!Cheio de duplo sentido, mesmo depois de sabermos o título...
bom fim-de-semana*

1:19 da tarde  
Blogger susemad said...

Ainda agora voltei de férias e já não posso ouvir falar da palavra "trabalho"!!! Eheheh

2:13 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Un soneto muy bello, en la tersa musicalidad del idioma de Pessoa.

Saludos....

6:47 da tarde  
Blogger Siboney said...

Não sei o que atrai para teu seio
Se és quem me martirisa e faz sofrer.
Sinto que te adoro, e te odeio,
Não te quero e sem ti não sei viver
......

Ay! que podo facer co que non podo ter, e tampouco vivir sen elo!
como diría pessoa
"No quiero rosas mientras haya rosas
Las quiero cuando no las pueda haber
¿Que he de hacer con las cosas
q pueda cualquier mano coger?"
ainda que tampouco é así, xa que non desexo so o que non podo ter e se o tenho esvaiuse o desexo...o que desexo non é antollo, e se o tivese daríame a vida

sonche sonhos, utopías

11:17 da manhã  
Blogger ángel said...

Otro soneto hermoso que disfruto leer en tus espacios.


Saludos....

7:33 da tarde  

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