O MINUETE
Ao canto do salão, olhos vagos no espaço,
Ele em púrpura e ouro, ela empoada à francesa.
O senhor Cardeal e a senhora Duquesa
Assistem, conversando, a um sermão do Paço.
Marca Lucas Javini o solene compasso:
Dança o minuete de Hayda a côrte sua Altêza;
E os dois velhos, lembrando a antiga gentileza
E o tempo em que, amoroso, ele lhe dava o braço,
Balbuciam sorrindo um tímido segredo,
Escondem-se inda mais no biombo, quase a medo,
Como fugindo à luz da sala enorme e acesa.
E, quando um criado vem servir-lhes os gelados,
Surpreende a dançar, velhinhos e curvados,
O Senhor Cardeal e a Senhora Duquesa.
Julio Dantas
1876-1962
36 Comments:
Manuel, mas que delícia de soneto!
Eu sempre gostei de Julio Diniz, apesar de ter lido poucos poemas dele.
Fiquei enternecida com este antigo casal dançando o minueto e imaginei como seus olhos devem ter readquirido um brilho também antigo e feliz.
É lindo e romântico.
Obrigada.
Beijos
hermosos versos para un fin de semana
un abrazo Manuel y que estes muy bien
buen fin de semana
besos y sueños
Manu:
Gracias por tu cariño y el beijo a mi abuelo.
:o)
Beijinhos para voce !!!
Hummmmmm
Eu prefiro uma dança mais sensual...
há luz das velas...
:)))))))))
beijooooooooo
Vens fazendo uma bela divulgação de um género poético muitas vezes injustamente desprezado - o soneto.
Ainda bem.
Beijinhos.
Licínia
Ai que bonitinhos, os dois! Posso mesmo vê-los... elegantes, cúmplices, amorosos, a provar que o sentimento é eterno.
Beijos!
Passei por aqui e gostei, volto...
Un soneto delicioso y lleno de armonía como tu espacio Manuel.
Mil beijos.
Me recordó a un juego infantil que se baila bajo una canción que comienza así:
en un salón francés,
se baila el minuete
;))
que bello,
una dulce cancion para el alma,
un soneto que cala en el corazon,,,
de verdad bello,.
besos y saludos desde chile,,,,
cariñoz,
abril.
Ola, o soneto é lindo... agr essa dança... lol. bj
muchas gracias Manuel por tus saludos
mi abrazo y un lindo fin de semana para ti
besitos
besos y sueños
Espaço muito inspirador.
Muito bonito, Manuel
Bom domindo
beijinhos
Muito bonito esses poema.
Um bom Domingo para si Manuel e um abraço,
Pedro Gonçalves.
... ainda bem que o U do teu teclado funciona na perfeição!
LLLLOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLL
(desculpa... não resisti! :oD )
Bjss
Bom vir te ler!
Estive fora uns dias...voltei!
Beijos
BShell
00o0o0o0o00o0o0o0o00o0
Falei do Mar - Mas eu sou do campo...se vires com atenção verás que eu adoro o campo, as minhas árvoes, a terra que piso, as minhas flores...as serras, as giestas....tudo isso...sou EU!
Beijo, BShell
Já tinha saudades de vir descansar nas tuas escolhas. Faz-me falta a poesia...
Beijinho
Que ternura de Soneto! Apesar de ter lido montanhas de poetas e autores portugueses, confesso que infelizmente de Júlio Dantas li apenas a Ceia dos Cardeais, já foi há tanto que mal me recordo e pelo jeito este soneto deve fazer parte da obra. Manuel, obrigada por este banho poético tão gostoso.
Desejos de boa e feliz semana.
Um beijo
Anna
Que lindo - cheio de ternura!
Vontade de lhes oferecer uma rosa!
Gostei muito.
Obrigada pela partilha.
Beijos e abraços
Marta
BELISSIMOS SONETOS que por AQUI "CANTAM"!!
Muito Obrigada por TUDO* que me tem gentilmente, enviado!
Fica um abraco agradecido!
Heloisa B.P.
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je n'ai pas traduit, mais je t'envoie un amical souvenir à l'occasion de mon retour...
Manuel: Isso eh uma preciosidade da lingua!
Que coisa mais linda, ficar imaginando essa cena.
Tudo antigo era tao mais romantico, e tao mais bonito!
Um beijo meu amigo!
E como diz sempre vce: fique bem!
MARY
Não deve haver nada mais ternurento do q o carinho entre dois velhinhos.
É sempre muito agradável passar por aqui. Que belo soneto!!
Delicioso !!!!
Exceptuando as crianças sorrindo rindo brincando..., nada me enternece mais do que um casal de velhinhos de mãos dadas, ou abraçados, ou apenas se olhando amorosamente.
Só podia achar lindo, este poema.
Um beijo.
"E o tempo em que, amoroso, ele lhe dava o braço(...)"
lindo poema...
Oi, meu querido amigo!
Eu ri muito com os seus rodeios ao explicar o pecado do casal de velhos! Sabe, há uma idade em que nada mais é pecado... Eu estava "a ler", como vocês dizem (nós aqui usamos no caso o gerúndio) o livro "O caçador de pipas", de Khaled Hosseini, e, num certo ponto ele conta que seu pai dissera que o único pecado é ROUBAR. Todos os outros pecados seriam uma espécie de roubo! Legal, não?
Abração da Dal - sp brasil
Que lindo soneto!!!
Beijos mil***
Que poema mais ternurente e enternecedor adorei, também não conhecia bem Júlia Dantas. Parabéns pelo blog.*
Passei para te deixar um beijinho
Oi menino, um belo poema. Querido, me inspirei e atualizei meu aroma, te espero por lá. Um beijo com aroma
Não foi meu endereço em meu comentario, o comentario acima é meu TEMP_NUA
um suave aroma a romantismo...
Beijos
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