quinta-feira, outubro 13, 2011

HEROÍSMOS

 Eu temo muito o mar, o mar enorme,
Solene, enraivecido, turbulento,
Erguido em vagalhões, rugindo ao vento;
O mar sublime, o mar que nunca dorme.

Eu temo o largo mar, informe,
De vítimas famélico, sedento,
E creio ouvir em cada seu lamento
Os ruídos dum túmulo disforme.

Contudo, num barquinho transparente,
No seu dorso feroz, vou blasonar,
Tufada a vela e n'água quase assente,

E ouvindo muito ao perto o seu bramar,
Eu rindo, sem cuidados, simplesmente,
Escarro, com desdém, no grande mar!

Cesário Verde

7 Comments:

Blogger Elvira Carvalho said...

Tememos o mar, mas ele nos atrai e o amamos.
Gostei do poema.
Um abraço e bom fim de semana

5:26 da tarde  
Blogger BlueShell said...

O "nosso" Cesário..."mas nele é que espelhou o céu"- Fernando Pessoa.

Te abraço

7:29 da manhã  
Blogger Evanir said...

Não se permita entristecer,
Mostre a todos o valor do seu sorriso
aproveite esse Dia para ser feliz
Faça chuva ou Sol estarei sempre aqui para dizer
que te amo.
Um lindo final Domingo.
Beijos no coração.
Evanir

10:56 da tarde  
Blogger fgiucich said...

Ese mar bravío que el poeta ha llenando con sus versos. Abrazos.

12:18 da tarde  
Blogger GarçaReal said...

Este soneto de Cesário Verde é fantástico.
O modo como ele descreve o tenebroso mar...

Bom final de tarde

bjgrande do Lago

4:54 da tarde  
Blogger Alma Mateos Taborda said...

Precioso poema con el mar enredándose en los versos. Muy bello. Un abrazo

9:21 da tarde  
Blogger sandrafofinha said...

Há que ter medo do mar,ele pode tornar-se por muitas das vezes bastante perigoso. No entanto é bom dedicar um tempinho a apreciar as belas praias de portugal. Beijinhos fofinhos,fica bem doce amigo!!

7:22 da manhã  

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