domingo, setembro 06, 2009

PALAVRAS DUM FANTASMA

Aquela doce e mística suicida
que me visita pela noite morta
vim agora encontrá-la à minha porta,
esperando por mim, toda transida...

Prendeu-me nos seus braços desvairados,
longamente, em silêncio, como louca...
E inda sinto o consolo dessa boca,
beijando-me nos olhos desolados...

Depois pôs-se a dizer-me em voz baixinha:
_"Bem vês, meu pobre amor, ela não tinha
um coração como eu...

Alma de sacrifício _ nunca a viste
igual à minha!... e a minha não te deu
felicidade alguma... se isso existe..."

Manuel Laranjeira
1877 - 1912

7 Comments:

Blogger SAM said...

Que bonito soneto, amigo! Embora "palavras dum fantasma" tem vida!


Beijos, com carinho

3:12 da manhã  
Blogger Ana Maria said...

Que fantasma sonhador!
Belo soneto!
Beijinhos!

7:55 da tarde  
Blogger Martinha said...

Palavras soturnas, típicas do além.

Fica bem ;)

10:41 da tarde  
Blogger Baila sem peso said...

Aquela visita à Vida, assim tão triste
Palavra de fantasma, que insiste...
Certa a temos todos, um dia à porta
Porquê negar - felicidade de alma morta...

(O soneto fala bem, o que a Vida certo tem)

Beijinho para ti e uma boa semanita
E nada de visita de gente esquisita :)

12:14 da manhã  
Blogger Marina said...

Manuel, es una belleza de soneto, con vos estoy aprendiendo portugués! Un abrazo.

1:00 da manhã  
Blogger Liliana Lucki said...

Muy bello!!!!

Para leer varias veces.

Saluda desde Argentina Liliana.

3:24 da tarde  
Blogger fgiucich said...

Hay muchos fantasmas que son, también, excelentes poetas. Abrazos.

2:00 da tarde  

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