PALAVRAS DUM FANTASMA
Aquela doce e mística suicida
que me visita pela noite morta
vim agora encontrá-la à minha porta,
esperando por mim, toda transida...
Prendeu-me nos seus braços desvairados,
longamente, em silêncio, como louca...
E inda sinto o consolo dessa boca,
beijando-me nos olhos desolados...
Depois pôs-se a dizer-me em voz baixinha:
_"Bem vês, meu pobre amor, ela não tinha
um coração como eu...
Alma de sacrifício _ nunca a viste
igual à minha!... e a minha não te deu
felicidade alguma... se isso existe..."
Manuel Laranjeira
1877 - 1912
que me visita pela noite morta
vim agora encontrá-la à minha porta,
esperando por mim, toda transida...
Prendeu-me nos seus braços desvairados,
longamente, em silêncio, como louca...
E inda sinto o consolo dessa boca,
beijando-me nos olhos desolados...
Depois pôs-se a dizer-me em voz baixinha:
_"Bem vês, meu pobre amor, ela não tinha
um coração como eu...
Alma de sacrifício _ nunca a viste
igual à minha!... e a minha não te deu
felicidade alguma... se isso existe..."
Manuel Laranjeira
1877 - 1912
7 Comments:
Que bonito soneto, amigo! Embora "palavras dum fantasma" tem vida!
Beijos, com carinho
Que fantasma sonhador!
Belo soneto!
Beijinhos!
Palavras soturnas, típicas do além.
Fica bem ;)
Aquela visita à Vida, assim tão triste
Palavra de fantasma, que insiste...
Certa a temos todos, um dia à porta
Porquê negar - felicidade de alma morta...
(O soneto fala bem, o que a Vida certo tem)
Beijinho para ti e uma boa semanita
E nada de visita de gente esquisita :)
Manuel, es una belleza de soneto, con vos estoy aprendiendo portugués! Un abrazo.
Muy bello!!!!
Para leer varias veces.
Saluda desde Argentina Liliana.
Hay muchos fantasmas que son, también, excelentes poetas. Abrazos.
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