domingo, agosto 16, 2009

CHUVA

Bate na pedra e, na vidraça, chora...
Canta na mancha rubra do telhado.
Faz riachos, saltando, rua em fora
Num caprichoso e rítmico bailado.

E a tarde empalidece e já descora,
A tarde se molhou, de lado a lado...
E a chuva, lenta e fria, cai agora
Num dedilhar nostálgico do Fado...

Soa, continua, a sua voz discreta.
Há um perfume vago de violeta
Na casa triste, de cinzentos medos.

E a Hora cai __ mais lenta, mais suave...
Passa, na bruma, o voo de ave,
Sinto a Vida a fugir entre os meus dedos...

Albertina Saguer

15 Comments:

Blogger Elvira Carvalho said...

E em dia de grande calor que bem sabia uma chuvinha...
Amigo, a festa hoje é no Sexta. Passe por lá e junte-se a nós.
Um abraço e fico à espera.

5:30 da tarde  
Blogger Isamar said...

E continuas a divulgar a poesia como sempre o tens feito. Inabalável admirador da mesma, como eu.

Bem-hajas, amigo!

Beijinhos

11:58 da manhã  
Blogger antonior said...

Por aqui passei e quero dizer que aprecio a forma como selecciona a poesia que habita este espaço.

Neste poema a melancolia descreve um bailado habilmente coreografado, ao dedilhar de uma guitarra portuguesa.

Agradeço a sua visita ao meu espaço. Deixei uma resposta ao seu comentário no post "Amor à Poesia" na mesma página em que o fez.

2:42 da tarde  
Blogger SAM said...

Lindo, amigo! Um tanto melancólico....Mas lindíssimos versos. Como é linda a arte da poesia!

Beijos e linda semana.

4:06 da tarde  
Blogger Baila sem peso said...

Lindo soneto sobre a chuva...
escorre dos versos entre dedos
baila fora e rega a uva
chora dentro e lava medos...

na orla da Vida, bruma de segredos...

Boa semana num baile dançando
Com fado traçado a chuva esperando

meu beijinho cantando :)

5:39 da tarde  
Blogger Dalva M. Ferreira said...

Bonito! Vou procurar uma poesia sobre o vento de chuva que eu escrevi, para te mostrar. Eu gostei...

10:15 da tarde  
Blogger Ana Maria said...

Que gostoso uma chuvinha, poeira e calor vão-se embora.
Beijinhos!

3:09 da manhã  
Blogger Marina said...

Qué hermosa melancolía se desprende de estos versos! Saludos!

5:14 da tarde  
Blogger Felipe Fanuel said...

Toda Poesia é feita para ser lida em voz alta. Somente assim podemos sentir a vida que n'Ela há.

Creio que a Poesia se faz carne e habita entre nós. Mas a encarnação, ou melhor, a epifania, depende do som. É a hora de os versos ganharem vida.

Um abraço.

7:57 da tarde  
Blogger Felipe Fanuel said...

Faltou dizer: a chuva está aí no poema. Basta deixar os versos cairem como uma gota d'água.

7:58 da tarde  
Blogger fgiucich said...

El fado y la lluvia, una mezcla perfecta. Abrazos.

2:20 da tarde  
Blogger PIER said...

Con notas de penas..
y hermosas melancolias..
tus letras me transportan..
me ha encantado.
Que estes bien.
Abrazos.

10:30 da tarde  
Blogger Julia said...

La lluvia... a veces es nostalgia.
Gracias por tu visita a mi blog.
Saludosss.

3:41 da manhã  
Blogger Ana Maria said...

Aqui depois de muito calor, veio uma chuvinha e trouxe um friozinho.
Beijooosss!

2:58 da manhã  
Blogger AnaR said...

Delicado,lírico y hermosísimo soneto.Bellísimo.

Besos

8:37 da tarde  

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