CHUVA
Bate na pedra e, na vidraça, chora...
Canta na mancha rubra do telhado.
Faz riachos, saltando, rua em fora
Num caprichoso e rítmico bailado.
E a tarde empalidece e já descora,
A tarde se molhou, de lado a lado...
E a chuva, lenta e fria, cai agora
Num dedilhar nostálgico do Fado...
Soa, continua, a sua voz discreta.
Há um perfume vago de violeta
Na casa triste, de cinzentos medos.
E a Hora cai __ mais lenta, mais suave...
Passa, na bruma, o voo de ave,
Sinto a Vida a fugir entre os meus dedos...
Albertina Saguer
Canta na mancha rubra do telhado.
Faz riachos, saltando, rua em fora
Num caprichoso e rítmico bailado.
E a tarde empalidece e já descora,
A tarde se molhou, de lado a lado...
E a chuva, lenta e fria, cai agora
Num dedilhar nostálgico do Fado...
Soa, continua, a sua voz discreta.
Há um perfume vago de violeta
Na casa triste, de cinzentos medos.
E a Hora cai __ mais lenta, mais suave...
Passa, na bruma, o voo de ave,
Sinto a Vida a fugir entre os meus dedos...
Albertina Saguer
15 Comments:
E em dia de grande calor que bem sabia uma chuvinha...
Amigo, a festa hoje é no Sexta. Passe por lá e junte-se a nós.
Um abraço e fico à espera.
E continuas a divulgar a poesia como sempre o tens feito. Inabalável admirador da mesma, como eu.
Bem-hajas, amigo!
Beijinhos
Por aqui passei e quero dizer que aprecio a forma como selecciona a poesia que habita este espaço.
Neste poema a melancolia descreve um bailado habilmente coreografado, ao dedilhar de uma guitarra portuguesa.
Agradeço a sua visita ao meu espaço. Deixei uma resposta ao seu comentário no post "Amor à Poesia" na mesma página em que o fez.
Lindo, amigo! Um tanto melancólico....Mas lindíssimos versos. Como é linda a arte da poesia!
Beijos e linda semana.
Lindo soneto sobre a chuva...
escorre dos versos entre dedos
baila fora e rega a uva
chora dentro e lava medos...
na orla da Vida, bruma de segredos...
Boa semana num baile dançando
Com fado traçado a chuva esperando
meu beijinho cantando :)
Bonito! Vou procurar uma poesia sobre o vento de chuva que eu escrevi, para te mostrar. Eu gostei...
Que gostoso uma chuvinha, poeira e calor vão-se embora.
Beijinhos!
Qué hermosa melancolía se desprende de estos versos! Saludos!
Toda Poesia é feita para ser lida em voz alta. Somente assim podemos sentir a vida que n'Ela há.
Creio que a Poesia se faz carne e habita entre nós. Mas a encarnação, ou melhor, a epifania, depende do som. É a hora de os versos ganharem vida.
Um abraço.
Faltou dizer: a chuva está aí no poema. Basta deixar os versos cairem como uma gota d'água.
El fado y la lluvia, una mezcla perfecta. Abrazos.
Con notas de penas..
y hermosas melancolias..
tus letras me transportan..
me ha encantado.
Que estes bien.
Abrazos.
La lluvia... a veces es nostalgia.
Gracias por tu visita a mi blog.
Saludosss.
Aqui depois de muito calor, veio uma chuvinha e trouxe um friozinho.
Beijooosss!
Delicado,lírico y hermosísimo soneto.Bellísimo.
Besos
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