sábado, outubro 06, 2007

SONETO DO CATIVO

Se é sem duvida Amor esta explosão
de tantas sensações contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;

o espelho deformante; a profusão
de frases insensatas, incensórias;
a cúmplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;

se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lençóis a mais sombria
razão de encantamento e de desprezo;

não há dúvida, Amor, que te não fujo
e que, por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso!

David Mourão Ferreira

17 Comments:

Blogger Alice Matos said...

Quando puderes passa pelo Detalhes.
Tenho um carinho para ti...

Beijos...

6:10 da tarde  
Blogger redonda said...

Muito bonito!

Às vezes passo por aqui, mas silenciosa porque me sinto muito pequenina para comentar o que leio.
Agora vim sobretudo para desejar um fim de semana muito feliz
um beijinho

6:58 da tarde  
Blogger Silvia Madureira said...

amor nem sempre significa sofrimento...mas pode significar.
Amor e ausência são duas palavras que dão origem à palavra sofrimento.

beijo

8:10 da tarde  
Blogger Elvira Carvalho said...

Gosto muito do David Mourão Ferreira, mas este poema não é dos que mais gosto. Porque amor que prende e escraviza para mim não é amor.
Um abraço

8:31 da tarde  
Blogger Alice Matos said...

É realmente um belo soneto...
Beijos...

8:51 da tarde  
Blogger MARIA said...

Olá Manuel,
De facto compreendo a sensação de uma das comentadoras que me antecede. Às vezes, são tantos e de tão elevada qualidade os comentários com que o mimam que se fica sem jeito para dizer mais alguma coisa.
Algo que acrescente...
Como este poema de D.M.F..
É muito lindo.
O amor é mesmo assim : escraviza, na medida em que passamos a depender muito mais de quem amamos do que de nós.
A felicidade de quem amo é a minha. Por isso a partir do momento em que amo, vivo para construir essa felicidade onde depois encontro a minha.
Muito lindo este poema. Gostei especialmente.
Um beijinho
Maria

2:08 da manhã  
Blogger Serenidade said...

O soneto e seu autor estão, verdadeiramente cativos de amor, cativos de um beijo....

Serenos sorrisos

9:37 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Hum...prisão não é nada bom.
O amor tem que ser livre! Livre como um pássaro, só assim ele pode viver muito...



Um ótimo domingo!
Bom dia!

12:51 da tarde  
Blogger Maria said...

O DMF "sonetava" o amor como ninguém....
Obrigada pela partilha

Boa semana
Fica bem

7:32 da tarde  
Blogger . said...

o espelho deformante...

a veces creo que el amor es así, como un espejo que deforma a nuestro gusto lo que vemos reflejado en el otro, vemos amor cuando en realidad es simple amistad, sólo por el hecho de querer amar a ese ser

un abrazo manuel, espero que te encuentres bien :)

12:24 da manhã  
Blogger Rhiannon said...

Nunca encontrei um poema do Mourão Ferreira que não me prenda. Belos.

12:40 da manhã  
Blogger Lúcia Laborda said...

Amar é tudo isso, que com tão belas palavras, foi dito.
Que sua semana seja feliz!
Beijos

4:17 da manhã  
Blogger Sol da meia noite said...

Amor que prende... que tira a razão...
Amor feito de contradições.

Muito lindo este poema!

*

11:02 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O amor... :)

3:33 da tarde  
Blogger pin gente said...

outra bonita escolha
para nos cativar eternamente.
abraço
luísa

6:07 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Belíssimo e intenso. Beijo!

4:44 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

...ouvir sofrer e calar é o segredo de quem sabe amar...

7:15 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home