segunda-feira, outubro 08, 2007

CACHOEIRAS

Do alto penhasco as águas se descolam,
turbilhonantes, lúbricas, febris,
como alvas tranças que se desenrolam
sobre o dorso de luz dos alcantis.

E, em golfadas de espumas, caracolam,
como empurradas por titãs hostis,
num dilúvio de pérolas que rolam
pelos degraus sinfónicos, de lis.

Mordendo o solo, entre o arvoredo denso,
em tredas noites, a gemer, cansadas,
e a rir, do sol sob o esplendor imenso,

vão-se, através dos séculos austeros,
nesse giro eternal, sempre marcadas
pelo mesmo destino de Ashaverus !

Rita de Lara

23 Comments:

Blogger Elvira Carvalho said...

Mais um bom soneto e mais um poeta que não conhecia.Consigo tenho enriquecido os meus conhecimentos sobre poetas.
Ah! dirá que é uma poetisa. Eu prefiro chamar-lhes poetas. Poetisa parece-me uma categoria menor. Coisas de v****.
Um abraço, e boa semana

8:34 da tarde  
Blogger Maria said...

Não conhecia esta autora...
Obrigada pela partilha

Fica bem

9:02 da tarde  
Blogger eudesaltosaltos said...

cnhço umas cachoeiras bem interessantes... bj

11:48 da tarde  
Blogger A Professorinha said...

Não conheço Rita de Lara... Mas a leitura deste poema deixou-me com sede de mais... Deu-me a ideia de estar em tempos antigos...

Fica bem

11:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Me robo ese sol espléndido, inmenso y bello.
Um abraco para tí y besitos!

2:30 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Belíssimo!



Boa noite...

3:37 da manhã  
Blogger Ángel Azul said...

Bello y fresco como el aire de un arroyo.
Te dejo mi abrazo desde un Buenos Aires con mucha lluvía.

5:17 da manhã  
Blogger Isamar said...

Um poeta que não conhecia. Mais um belo poema que tu divulgas.

beijinhos

7:39 da manhã  
Blogger Serenidade said...

Um soneto que bem ilustra a cacheira da vida

Serenos sorrisos

11:37 da manhã  
Blogger Gracinha said...

Não conhecia, mas confesso que gostei bastante, parabéns pela escolha!

Beijinhos:)

2:02 da tarde  
Blogger Rui Caetano said...

POema muito interessante. Morder o solo para construirmos as nossas vontades em cada passo que podemos dar.

6:38 da tarde  
Blogger LuzdeLua said...

Belíssimo poema.
Passando pra te deixar um beijo e bons desejos.
Bjs

6:49 da tarde  
Blogger Unknown said...

.

Isso me lembrou a sinfonia daquelas águas atordoantes batendo nas pedras lá em baixo...

A água cristalina...

Será que existirá por muito tempo?

Adorei,
Beijo.

.

7:19 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não conhecia, mas que é um belo poema, é mesmo...bem haja pela partilha,

Doce beijo

7:19 da tarde  
Blogger Ángel Azul said...

Gracias amigo; no temo por mi, no temo a la muerte. Temo que ella, mi pequeño ángel diferente a todos, quede desamparada. Ella es distinta, tiene capacidades diferentes.
Un abrazo

9:03 da tarde  
Blogger Kalinka said...

Parabéns pela excelente escolha do soneto.

Eu respondi ao desafio que me fizeram de «um POST pela PAZ».
Também me refiro ao aniversário da minha netinha.

Beijitos.

9:13 da tarde  
Blogger Tó-Zé said...

Lindo poema..
Não conheço a Rita de Lara mas gostei muito de ler

9:53 da tarde  
Blogger HNunes said...

Não conhecia a autora. Mas o poema é envolvente.
Bjos
(desculpa a demora)

10:52 da tarde  
Blogger Anna D'Castro... said...

Oi Manuel querido, como vais?
Muito bom este poema de Rita de Lara, poeta que nao conheco mas gostei do estilo.
Espero que estejas bem, eu mudei de apt, para uma casa num lugar onde ainda nao tem possibilidades de cabeamento da internet, nem previsao para tal. Entao estou indo numa Lan House 2 ou 3 vezes por semana so para ver os emails, sem possibilidades de atualizar meus blogs, pelo menos por ora.
Sempre que puder virei visitar os amigos.
Um beijao
Anna

11:42 da tarde  
Blogger Azul said...

El esplendor de los sentimientos explotando entre estas letras ...maravillosas que nos regalas.

Bikos.

12:43 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Ola Manuel, tudo bem ?
Uma otima noite .
Abraços
Célia

1:54 da manhã  
Blogger Lúcia Laborda said...

Manuel, vir aqui é saborear do melhor das poesias. Hoje nos brinda com um soneto maravilhoso!
Beijos

5:53 da manhã  
Blogger Memória transparente said...

Bonito soneto.

9:35 da manhã  

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