SONETO
SONETO
N'uma estreita gaiola de azevinho,
suspenso quasi a meio do quinteiro,
vive captivo um pobre passarinho
que canta, sem cessar, o dia inteiro.
Punge-o a lembrança do seu doce ninho,
das árvores em flor junto ao ribeiro,
do campo verde onde amadura o linho,
do ceu azul, sereno e hospitaleiro.
E, não obstante a dôr que o alanceia,
de sol a sol, emquanto ha luz, gorgeia
os seus meigos trinados musicais.
Assim o poeta, que a Saudade inspira,
nunca das mãos deixa tombar a lyra,
e, quando soffre, é quando canta mais...
Campos Monteiro
(transcrito tal qual o original)
N'uma estreita gaiola de azevinho,
suspenso quasi a meio do quinteiro,
vive captivo um pobre passarinho
que canta, sem cessar, o dia inteiro.
Punge-o a lembrança do seu doce ninho,
das árvores em flor junto ao ribeiro,
do campo verde onde amadura o linho,
do ceu azul, sereno e hospitaleiro.
E, não obstante a dôr que o alanceia,
de sol a sol, emquanto ha luz, gorgeia
os seus meigos trinados musicais.
Assim o poeta, que a Saudade inspira,
nunca das mãos deixa tombar a lyra,
e, quando soffre, é quando canta mais...
Campos Monteiro
(transcrito tal qual o original)
1 Comments:
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