quarta-feira, abril 05, 2006

UM SONETO

Este soneto foi transcrito tal qual o original. Foi retirado d'um 'ALMANACH BERTRAND, 1929' página 131. O português é o da altura. Quem escreveu o soneto foi Oliva Guerra.


ASPIRAÇÃO

Quando se ama, um desejo nos invade
De encontrar a expressão, o verbo, o grito
Com que tudo que ha na alma seja dito
Num clamor que transponha a imensidade

O coração, num vôo de anciedade,
Para exprimir o que tem dentro escripto
Busca o sentido exacto do Infinito
E moldes em que attinja a Eternidade.

Porém a voz, exangue e amortecida,
Em silencios que vão além da Vida,
Queda-se inerte no seu próprio sêr.

E, murmurando apenas sons banais,
Nós sentimos que é sempre muito mais
Aquillo que nos fica por dizer.

Oliva Guerra

3 Comments:

Blogger Poesia Portuguesa said...

Um belo soneto, que desconhecia por completo.
Grata pela partilha.

Bj de boa noite ;)

12:12 da manhã  
Blogger Menina Marota said...

Começaste com um belíssimo soneto. Parabéns.

Um abraço e continua ;)

12:12 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

2:48 da tarde  

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