POEMA XXIX
Eis a velha cidade! a cortesã devassa,
e a velha imperatriz da inércia e da cobiça,
que da torpeza acorda e à pressa corre à missa!
Baixando o olhar incerto em frente de quem passa!
Ela estreita no seio a velha populaça,
nas vis dissoluções da lama e da preguiça,
e nunca o santo impulso, o grito da Justiça,
lhe fez estremecer a fibra inerte e lassa!
E pode receber o beijo e a bofetada
sem que sinta o rubor da cólera sagrada
acender-lhe na face as duas rosas belas!
somente dum sorrir alvar e desonesto,
às vezes, acompanha o provocante gesto
quando soa a guitarra, à noite, nas vielas!
Guilherme d'Azevedo
4 Comments:
Olá Manuel
Vim agradecer a visita no meu cantinho... creio q em breve voltarei a escrever...
Beijo com carinho
Bello poema!!! Abrazos.
Bello!!!
Mis cariños para ti.
mar
OLá, caro amigo!
Estive por aqui.
Parabéns, pois te vejo, sempre, com uma nova poesia. Belas pesquisas.
Deus te abençoe.
Miriam
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