segunda-feira, março 21, 2011

BALADA DO SILÊNCIO

Chegou,
lenta,
a noite.

Tudo em redor de mim entristeceu,
emudeceu,
parou...

Apenas
o melro dos pinhais
cantou
uma canção ausente
que não voltou mais
trazer a mensagem que lhe ardia no bojo.

Nos currais
entrou o derradeiro gado
a calcar o tojo
que o homem lhe deu para a cama.

Ardia na lareira
meia duzia de gravetos
ougados dias antes pela brenha.

E tudo estaria certo mais ou menos
se não fosse o que ia por casa do jornaleiro:
a mulher não tinha mais que a lenha
para fazer duas tijelas de caldo
que enganasse a fome
à canalha.

É por isso que não há nada que valha
o silêncio dum poema
por escrever...

Manuel Joaquim Rodrigues

18 Comments:

Blogger La Gata Coqueta said...

La primavera nos abraza enamorada con su llegada...

Ya se vislumbran los incipientes colores que como mantos van cubriendo los campos y laderas. El rocío los saluda y ellos les responden bailando la danza de la espesura...

Un abrazo bajo la sombra del abedul balanceando sus hojas al ser acariciadas por la aurora vespertina.

María del Carmen

11:57 da manhã  
Blogger Unknown said...

Não conhecia este poema,fiquei encantado,é fantástico,fez-me voltar á minha infância.
Obrigado pela partilha.

7:29 da tarde  
Blogger Poemas e Cotidiano said...

Que maravilhoso poema...
Triste, mas lindo...
Faz imaginar... e sonhar...
E tambem sentir...
Beijos
Mary

12:17 da manhã  
Blogger Isamar said...

Uma realidade que não devia existir! Uns com tanto e outros com tão pouco. A injustiça social, cada vez mais galopante,parece não preocupar muito quem nos governa.
Um poema que também é uma arma, um grito pungente.
Apesar de bonito, detive-me no que mais me emocionou.Os versos do fim.

Beijinhos, Manuel.

Bem-hajas!

9:42 da manhã  
Blogger Maria Ribeiro said...

Um poema não é uma "balada de silêncio"!!!!Diz tanto de nós e do mundo! e tem razão, MANUEL, para um poeta o poema é um auto retrato!
Beijo
Mª ELISA( LUSIBERO)

3:36 da tarde  
Blogger © Piedade Araújo Sol (Pity) said...

não conhecia este poema.
sensivel e que faz recordar outros tempos.
um beij

8:25 da tarde  
Blogger Graça Pereira said...

Simplesmente maravilhoso! É daqueles poemas que entra e fica no coração.
Bj
Graça

2:02 da manhã  
Blogger La Gata Coqueta said...

Paso a saludarte mientras me sea posible y el tiempo me lo permita, para acompañarte en el fin de semana, produciéndome una grata emoción compartirlo contigo.

Al permitirme disfrutar de tus entradas, pensadas con la lógica del sentimiento para satisfacción de todos los que tienen el gusto de leerlas y opinar del tema sobre el que verses.

Con afecto por mi parte me despido, hasta otro memento que nos siga aportando reforzar la amistad a través de las palabras en equilibrada armonía...

María del Carmen

2:49 da tarde  
Blogger Serenidade said...

"...Pedras no caminho? Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo..."
Fernando Pessoa
Belíssima balada...

Serenos sorrisos

3:36 da tarde  
Blogger Amadora said...

Un poema por escrever... en en fermosas verbas portuguesas. Tamém aquí chegou a noite que para min será longa, moi longa. Mais durmirei arrolada por poesías que chegan do país irmán. Foi un pracer andar por aquí de volta Manuel. Un biquiño.

10:01 da tarde  
Blogger fgiucich said...

Triste y bello como el silencio mismo. Abrazos.

3:01 da tarde  
Blogger Je Vois La Vie en Vert said...

Triste balada como aquela em que tive que fazer.

Beijinhos
Verdinha

8:04 da tarde  
Blogger Olinda Melo said...

Olá, Manuel

Os meus passos trouxeram-me aqui...para dizer que um poema por escrever é como "O único impossível" de Ovídio Martins (poeta cabo-verdeano):"Mordaças... a um poeta/Loucura!/E por que não,/Fechar na mão uma estrela/O Universo num dedal?/..."

Gostei muito do que li.Vou voltar.

Abraço
Olinda

9:26 da tarde  
Blogger La Gata Coqueta said...


Comienza la semana

y el canto de la brisa
de las encinas invitan

a visitar
las dolientes hojas

que yacen enmohecidas
por la tornasolada melancolía
que el invierno les ha dejado

para que se pose sobre ellas
una emoliente caricia engalanada
por el arco iris de la primavera...

Un beso y mil rosas trepadoras
te dejo, para que te guíen la alegría
los siete días de la semana

es el deseo de esta
que te visita con la primera
aurora de la madrugada...

María del Carmen

11:20 da manhã  
Blogger Ana Luar said...

Olá, trago um convite e espero não estar a abusar do teu espaço.... se assim for peço que me desculpes e que apagues o comentários.
Visita a nossa exposição de fotografia...
http://quadrodehonrafotomanya.blogspot.com/

3:18 da tarde  
Blogger Chellot said...

O silencio do poema nos transporta para um mundo de sonhos. Gostei muito. Lembrou-me o melro preto que meu pai adorava quando eu era uma garotinha.
Beijos doces.

7:24 da tarde  
Blogger Blogadinha said...

"eu sei que tudo ser em vão é triste/como é triste um homem morrer/pergunta à voz se essa canção existe/e se ela não souber ninguém mais vai saber"

Rasgar o silêncio.
Deixar falar a melodia.
Gostei do poema!

7:23 da tarde  
Blogger Parapeito said...

bucólico...cheio de sentires...
gostei do silêncio desta balada.
brisas doces**

9:48 da tarde  

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