A UM ROUXINOL CANTANDO
Ramalhete animado, flor do vento,
Que alegremente teus ciúmes choras,
Tu, cantando teu mal, teu mal melhoras,
Eu, chorando meu mal, meu mal aumento.
Eu digo minha dor ao sofrimento,
Tu cantas teu pesar a quem namoras,
Tu esperas o bem todas as horas,
Eu temo qualquer mal todo o momento.
Ambos agora estamos padecendo
Por decreto cruel do deus menino;
Mas eu padeço mais, só porque entendo:
Que é tão duro, e cruel o meu destino,
Que tu choras o mal, que estás sofrendo,
Eu choro o mal, que sofro, e que imagino.
Francisco de Vasconcelos Coutinho
(1665 / 1723)
Que alegremente teus ciúmes choras,
Tu, cantando teu mal, teu mal melhoras,
Eu, chorando meu mal, meu mal aumento.
Eu digo minha dor ao sofrimento,
Tu cantas teu pesar a quem namoras,
Tu esperas o bem todas as horas,
Eu temo qualquer mal todo o momento.
Ambos agora estamos padecendo
Por decreto cruel do deus menino;
Mas eu padeço mais, só porque entendo:
Que é tão duro, e cruel o meu destino,
Que tu choras o mal, que estás sofrendo,
Eu choro o mal, que sofro, e que imagino.
Francisco de Vasconcelos Coutinho
(1665 / 1723)
4 Comments:
Hermoso!!! Abrazos.
Ya a pesar de los tiempos atrás le canta el ruiseñor a los celos, con lo cual la poesía de los amores siempre ha existido dejandose ver los sentimientos la viento...
Un abrazo de afectos
Marí
Não sofras tanto, não?!
O mal é um dom sem tino
que temos de afastar do destino!
Pede a uma flor ao vento
que te dê o aroma do seu perfume
que te passe o desalento
e que o carinho nasça em lume...
e ao rouxinol o seu alento
que te chegue em fadado vento!...
Um beijo e meu alento
O soneto é bonito, mas sofrido
a poesia tantas vezes tem som dorido!...
hermoso poema...con mucho ritmo...
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