JÁ SE DERRETE A NEVE,
Já se derrete a neve, e da montanha
Em líquida corrente ao vale desce,
Os campos rega, as margens humedece.
Borrifa a tenra flor, a relva banha.
No monte a brenha, o mato na campanha
No bosque a planta, enfim tudo floresce;
Até no tronco antigo a hera cresce,
E a rude penha novo musgo ganha.
O fresco Abril em toda a parte arvora
O verde pavilhão, em que se esmera
Toda a pompa gentil, que produz Flora.
Tudo alegre se vê; somente austera
Não quis a minha sorte, que até agora
Chegasse para mim a primavera.
Paulino Cabral
Em líquida corrente ao vale desce,
Os campos rega, as margens humedece.
Borrifa a tenra flor, a relva banha.
No monte a brenha, o mato na campanha
No bosque a planta, enfim tudo floresce;
Até no tronco antigo a hera cresce,
E a rude penha novo musgo ganha.
O fresco Abril em toda a parte arvora
O verde pavilhão, em que se esmera
Toda a pompa gentil, que produz Flora.
Tudo alegre se vê; somente austera
Não quis a minha sorte, que até agora
Chegasse para mim a primavera.
Paulino Cabral
8 Comments:
oh, li e vi tal imagem à minha frente :))
beijinho, ÓPTIMO ano :))
Amigo,
Você um bom gosto invejável na escolha dos poemas.
Este soneto é maravilhoso.
Um abraço,
Dalinha
já tudo de verdinho se veste...
aguarda no teu inverno, quentinho
quando acordares, é um estantinho
já flores são primavera que cresce...
mesmo que um outono transpareça
não há flor, que o não esqueça
e traga antes verão que enriquece...
deixo um beijinho
ainda com friozinho
mas aguardando a flor
com todo o carinho
(gostei deste soneto!...)
E por aqui, vai-se derretendo a neve ( não nevou só na serra!)
Digamos que... a neve chegou à cidade.
A Primavera?
Pois...
Há-de chegar também
Todo de Bom
Abraço, MJ
saludos.
Querido Manuel; mi afecto, mis buenos deseos y toda mi nostalgia para vos en especial y para tu amada tierra que en alguna forma también es la mía.
Un abrazo cálido desde Buenos Aires
Alicia
Una primavera siempre esperada. Abrazos.
este soneto é maravilhoso, adorei!
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