quarta-feira, janeiro 06, 2010

JÁ SE DERRETE A NEVE,

Já se derrete a neve, e da montanha
Em líquida corrente ao vale desce,
Os campos rega, as margens humedece.
Borrifa a tenra flor, a relva banha.

No monte a brenha, o mato na campanha
No bosque a planta, enfim tudo floresce;
Até no tronco antigo a hera cresce,
E a rude penha novo musgo ganha.

O fresco Abril em toda a parte arvora
O verde pavilhão, em que se esmera
Toda a pompa gentil, que produz Flora.

Tudo alegre se vê; somente austera
Não quis a minha sorte, que até agora
Chegasse para mim a primavera.

Paulino Cabral

8 Comments:

Blogger Madalena said...

oh, li e vi tal imagem à minha frente :))

beijinho, ÓPTIMO ano :))

9:34 da tarde  
Blogger Dalinha Catunda said...

Amigo,
Você um bom gosto invejável na escolha dos poemas.
Este soneto é maravilhoso.
Um abraço,
Dalinha

1:21 da manhã  
Blogger Baila sem peso said...

já tudo de verdinho se veste...
aguarda no teu inverno, quentinho
quando acordares, é um estantinho
já flores são primavera que cresce...

mesmo que um outono transpareça
não há flor, que o não esqueça
e traga antes verão que enriquece...

deixo um beijinho
ainda com friozinho
mas aguardando a flor
com todo o carinho

(gostei deste soneto!...)

1:22 da tarde  
Blogger Mª Jose M. said...

E por aqui, vai-se derretendo a neve ( não nevou só na serra!)
Digamos que... a neve chegou à cidade.
A Primavera?
Pois...
Há-de chegar também

Todo de Bom

Abraço, MJ

2:25 da tarde  
Blogger Unknown said...

saludos.

6:55 da tarde  
Blogger Ángel Azul said...

Querido Manuel; mi afecto, mis buenos deseos y toda mi nostalgia para vos en especial y para tu amada tierra que en alguna forma también es la mía.
Un abrazo cálido desde Buenos Aires
Alicia

1:51 da tarde  
Blogger fgiucich said...

Una primavera siempre esperada. Abrazos.

12:50 da tarde  
Blogger Unknown said...

este soneto é maravilhoso, adorei!

11:04 da tarde  

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