sexta-feira, abril 17, 2009

HISTÓRIA BREVE DE

HISTÓRIA BREVE DE UMA BONECA DE TRAPOS

Era uma vez uma boneca
Com meio metro de altura...

Insinuante, bonita,
Mas, pobremente vestida.

Um ar triste, __ uma amargura
Diluída no olhar...
_ Grandes olhos de safira,
E um sorriso combalido
Como flor que vai murchar.

Quase a meio da vitrine
Lá daquela capelista
Essa boneca de trapos
A ninguém dava na vista!

Ninguém via o seu sorriso!

Ninguém sequer perguntava:
Quanto vale a «marafona»?
Quanto querem p'la «Princesa»?...

Passaram anos. __ Com eles,
Foi-se a minha mocidade
E cresce a minha tristeza.

_Quem é que dá p'la Boneca
Que os meus olhos descobriram
Lá naquela capelista
Quase à esquina do jardim?...

_ Quem dá por Ela? Ninguém.

E quantas almas assim!


António Botto

7 Comments:

Blogger Entre "linhas" said...

Um quadro muito específico dos grandes erros de apenas se olhar para o exterior, esta apena é o complemento do interior , o que valoriza todo o ser.
Bjs Zita

4:02 da tarde  
Blogger Baila sem peso said...

"Quantas almas assim!"

Mas basta um só olhar
e um certo acreditar
que na idade da gente
caminha alma presente...

boneca de trapo, vira eternidade
se for estimada em toda a verdade!

Bom fim de semana
Um beijinho

7:28 da tarde  
Blogger Marina Culubret Alsina said...

lo que decía El Principito de Saint-Exupéry.... que sólo vemos con el corazón, lo que es esencial es invisible a los ojos


saludos!

9:12 da tarde  
Blogger fgiucich said...

Una triste historia, amigo mío. Abrazos.

2:18 da tarde  
Blogger Andreia said...

Tantas assim. Umas bem vestidas e outras nem por isso. *

6:24 da tarde  
Blogger Menina do Rio said...

Dizem que o que os olhos não veem, o coração não sente. Pois que não a viam...Viam apenas seus trapos!

Um beijo Manu!

7:13 da tarde  
Blogger PIER said...

Jo!! Un poco triste!!
Si.. da penita.
Espero que tengas un buen domingo.
Te dejo abrazos.

11:22 da tarde  

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