domingo, junho 03, 2007

REALISMO

Vejo prados falando __ a Natureza __
Os moinhos, os ventos e o luar;
Fala tudo o que a mim me faz falar,
E o que é sentido dá-nos mais certeza;

Fala o pão que se estende sobre a mesa,
O campo ameno que o faz brotar,
E o suor do operário, ao gotejar,
Mostra a melhor oração que o mundo reza;

E nesta vida, bem pensada, bem sentida,
Ou de ventura feita ou dolorida,
Sempre se deseja um bem que se perdeu,

E quanta gente existe, sem esp'rança,
Que se desespera a ver se alcança
A água que passou e não bebeu...

Florêncio Neto

68 Comments:

Blogger Kalinka said...

OLÁ MANUEL

Na descrição que ando a fazer sobre umas mini-férias de 4 dias pelo Alentejo profundo, também vejo prados falando,
a Natureza,
Os moinhos, os ventos e o luar;

Os meus olhos tudo resgistaram, agora tento passar a quem me lê, através de palavras e de fotografias, mas...o melhor está dentro de mim; porque por mais que vos diga, nunca irei conseguir transmitir o que na realidade senti. São emoções muito fortes e belas.

E quanta gente existe, sem verdadeiros olhos de ver...
Que se desespera a ver se alcança
A Felicidade feita de pequenos nadas...
Assim vou sendo feliz em pequenas parcelas.
Beijitos de carinho.

3:11 da tarde  
Blogger poeta_silente said...

"E nesta vida, bem pensada, bem sentida,
Ou de ventura feita ou dolorida,
Sempre se deseja um bem que se perdeu,

E quanta gente existe, sem esp'rança,
Que se desespera a ver se alcança
A água que passou e não bebeu..."

Meu caro "Manuel"
Se foi um "bem", não se perdeu. Porque "bens" não se perdem. Ficam com suas consequências positivas a dar sentido à vida.
Quanto à desesperar-se a esperar uma água...???? Porque desesperar-se? Em princípio, a única àgua que se deve esperar, à cada dia, é a Água Viva. Em segundo lugar, quem espera, não desespera... espera calmamente, porque , seja de que forma for, no tempo certo vai acontecer - se for para acontecer...
A maturidade e a sabedoría nos conduzem à paciência. Porque, na vida, se soubermos entendê-la, vamos percebendo que os rumos são aqueles que mais nos trariam benefícios. Isto se aprende quando, além do esforço para ganhar o pão de cada dia, nos esforçamos para entregá-la às mãos do Criador, para guiá-la.
Penso que o "almejar bens passados", o "ter vontade de beber águas que já passaram" não é ruim. Porque um bem é um bem... e sempre será. E a água, se for límpida, pode ser guardada em um pote de cristal, sob guarda contra impurezas, para que possamos, algum tempo depois, bebericar, com gosto e prazer,aquela água que, de alguma forma, continuará a nos fazer bem. E isto só acontecerá, se for da vontade de Deus.

Deus te abençoe
Miriam

3:58 da tarde  
Blogger Alice Matos said...

"E quanta gente existe, sem esp'rança,
Que se desespera a ver se alcança
A água que passou e não bebeu..."

Nada mais desesperante, Manuel, a consciência da água que passou e não se bebeu...

Beijo...

4:21 da tarde  
Blogger pin gente said...

li este poema e lembrei-me do meu post de hoje (sem pretender fazer qualquer tipo de comparação), apenas porque as pessoas vivem a "chorar sobre o leite derramado"

6:54 da tarde  
Blogger Páginas Soltas said...

Mais outro belo soneto de um poeta desconhecido ( para mim)... em que as os três últimos versos " tocaram-me com muita sensibilidade:

" E quanta gente existe,sem esperança/ Que se desespera a ver se alcança/ A água que passou e não bebeu!"

Bom inicio de semana

Abraço amigo da

Maria

3:07 da manhã  
Blogger Espaços abertos.. said...

A esperança deve permanecer sempre viva,mas é através das pequenas "coisas" da vida que conseguimos dar maior valor,aos poucos vamos conquistando.
No entanto é de ter em questão o seguinte provérbio: "águas passadas não movem moinhos" uma das grandes verdades.
Bom ínicio de semana amigo

Bjs zita

11:59 da manhã  
Blogger rosa dourada/ondina azul said...

A natureza tem a sua linguagem própria.
Este poeta, retrata essa realidade muito bem.

Boa semana
Um beijo,

12:17 da tarde  
Blogger Maresi@ said...

Belo este poema Manuel...

Beijo suave__Maresi@

1:55 da tarde  
Blogger Ana said...

É o que nos revolta.... ver a água que passou e não se bebeu.
E a cede continua.

=**

2:07 da tarde  
Blogger Vida said...

"E quanta gente existe, sem esp'rança,
Que se desespera a ver se alcança
A água que passou e não bebeu..."
Muito vivem vendo a vida que passou e não viveram... lindo.

Beijo.

4:24 da tarde  
Blogger ÞrincessFaßiana said...

É sempre bom passar por aqui e beber das letras, que suaves se soltam e nos guiam pelos caminhos em flor ... poesia repleta de significado e audácia :))
Bjo Fabi ***

4:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

“Se eu morresse de saudade
Todos iriam saber
Pelas ruas da cidade
Todos poderiam ver
Os estilhaços da alma
Os restos do coração
Queimado, pobre coitado
Pelo fogo da paixão.

Se eu morresse de saudade
Mandariam lhe prender
O povo suspeitaria
Que o culpado foi você
O seu retrato estaria estampado em cada grão
Do que mim restaria
Feito areia pelo chão

Fantasia, fantasia, sedução
Desde o dia em que segurei sua mão
Se eu morresse de saudade
Nunca iria conhecer
O prazer da liberdade
O dia de lhe esquecer
Se eu morresse de saudade
Não poderia dizer
Que bom morrer de saudade
E de saudade viver”

6:57 da tarde  
Blogger veritas said...

É por isso que não se deve desperdiçar o tempo em inutilidades, o melhor da vida está à nossa espera para ser vivido!É preciso acreditar!

Bjs. Boa semana.

7:12 da tarde  
Blogger Serenidade said...

Poema belíssimo, õptimo para reflectir, eu retiro daqui que espero nunca pensar na água que deixei de beber, mas sim na que bebi e até nem me caiu lá muito bem...

Boa semana.

Serenos sorrisos

8:37 da tarde  
Blogger eudesaltosaltos said...

Passo pa te desejar uma optima semana... dcp n comentar o vasto leque de poemas q p aqui nos dá a cnhcer, mas n tou mt inspirada e c a concentraçao necessária pa isso. bj gd

10:41 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

E é com estas palavras que nos deixaste que se ve a realidade como sempre existiu...

Beijo.

12:30 da manhã  
Blogger Menina do Rio said...

Sabe que tenho paixão pra conhecer os moinhos de vento, coisas que não existem aqui. Nem mesmo no campo. Lendo Florencio Neto faço uma viagem imaginária...

beijos e boa semana!

6:00 da manhã  
Blogger Barão da Tróia II said...

Perder tempo sobre o que nunca se terá, faz desaparecer o sabor de gozar aquilo que se encontra, boa semana.

10:28 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Viver intensamente o presente , para que não existam motivos para lamúrias no futuro.

10:58 da manhã  
Blogger Marta Vinhais said...

E a vida não é isto?
Perde-se, ganha-se, continua-se...
Gostei muito - obrigada pela partilha.
Beijos e abraços
Marta

11:01 da manhã  
Blogger Angela said...

Eu diria que é um realismo muito sensível.
A vida é isto. Podemos alimentá-la ou simplesmente vê-la passar...

Um beijinho grande.

11:21 da manhã  
Blogger Lia said...

E a esperança esfuma-se...

Um soneto que dá que pensar...

Um beijo

5:13 da tarde  
Blogger minds said...

Tanto koisa que se poderia ter feito e nao se fez....

bj boa semana

7:02 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Oi Manuel, vim lhe dar um Beijo e desejar uma linda semana
Rô Sensualidade & Atualidade
www.dollyta.blogger.com.br

8:50 da tarde  
Blogger Gi said...

Vim agradecer a visita. A porta estava aberta e fui entrando. Tantos poetas que eu não conheço e que gostei Manuel!

Noite feliz e um beijinho

10:06 da tarde  
Blogger fgiucich said...

Es un canto a la vida. Una enseñanza a vivir bien. Abrazos.

10:32 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ola Manuel, tudo bem?
Uma otima noite a você.
na vida sempre há esperança, pois ninguem vive sem seus sonhos.
Beijos carinhosos.
Célia

3:35 da manhã  
Blogger MaLena Ezcurra said...

Adore tus palabras, suave belleza.

Inmensos besos.

4:46 da manhã  
Blogger CNS said...

Olá Manuel

Gostei muito deste teu canto. Irei voltar.

...obrigada pelo teu comentário...

9:39 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Olá.
Se escrever o que me ocorreu assim de repente - "Águas passadas não movem moinhos".
A água de um rio terá sempre a sua importância, porque ao passar, deu o pão, no trigo moído...
Só que essa seguiu, e outras correntes virão para que os moinhos da vida continuem a girar, bebendo dos dias a água fresca das fontes.

Um abraço,
mªjose

9:53 da manhã  
Blogger Vladimir said...

não podemos beber a água toda que passa, por vezes não bebemos é aquela que devemos, ou bebemos de menos ou demais e depois arcamos com as consequências.....

3:47 da tarde  
Blogger Blog de alma said...

Es como una musiquilla...

besos

Http://almablog.blogspot.com

8:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Bonito este poema....
Vou voltar depois para ler com mais calma alguns posts anteriores.
Bom feriado

10:21 da tarde  
Blogger Páginas Soltas said...

Olá Manuel,

Vim á procura de coiss novas!

Como estou com insónias...vou reler alguns posts outra vez!

Amanhã vou colocar algo que sei que deves gostar de ler :)

Abraço amigo da

Maria

4:36 da manhã  
Blogger Dalva M. Ferreira said...

Oi Manuel... isso de pegar a estrada errada na vida já deu muito que falar!

7:25 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Palavras para sentir e pensar...

8:24 da tarde  
Blogger Verdana said...

Olá... Vim agradecer a tua passagem pelo meu bloge ,dar-te um beijinho pelas palavras de carinho que lá deixastes.
Constantinne.

10:29 da tarde  
Blogger sónia said...

e ainda bem que toda esta beleza é o realismo que nos rodeia.


beijos e bom fim de semana
sónia

11:33 da manhã  
Blogger Moura ao Luar said...

A natureza próxima de nós, em comunhão

5:40 da tarde  
Blogger mymind said...

tb n podems beber td a agua, ha smp algo k escapa...
bjinhos e bm f-d-s

8:24 da tarde  
Blogger Paula Negrão said...

Aah, que bonito!!
=]


beeijos, Manuel

9:03 da tarde  
Blogger A Professorinha said...

E quanta gente existe que em vez de beber a água que passa, não a vê e busca algo que já se perdeu... para sempre...

Fica bem :)

11:57 da tarde  
Blogger MAR said...

Es la vida:::::::::::
Te dejo mi cariño.
mar

6:50 da manhã  
Blogger redonda said...

No Atelier o Prof esteve a declamar um poema de Henrique Homem de Melo, que penso se chamará Cântico Ébrio. Gostava de o encontrar. Será que por acaso o conheces?
Um beijinho e bom fim-de-semana.

1:36 da tarde  
Blogger Fúria das Águas said...

Meu amigo Manuel, as vezes há aguas que não deviamos beber, pois quando nos afogamos, não temos como nos salvar.
UM beijo
Fica bem
Furia

2:22 da tarde  
Blogger Catarina Alves said...

Manuel,

agora de volta aos cantinhos, deixo-te um beijinho grande.

Nani

3:25 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Lindos versos! E tantas vezes nos arrependemos de não termos bebido desta água!

10:11 da tarde  
Blogger Marie said...

Olá menino !
um brinde à vida !
e viver é maravilhoso !
esperança....sempre !!!
beijinhos

1:36 da manhã  
Blogger amor,liberdade e solidão said...

olá, obrigada pela sua visita e palavras no meu blog, hei-de cá voltar mais vezes...é sempre bem vindo no meu espaço...
espero ter mais oportunidades para trocarmos "pensamentos" e opiniões
um bom domingo

3:43 da tarde  
Blogger BETTINA PERRONI said...

Hola Manuel,

Cierto, aunque la fantasía nos atraiga, el realismo es el mundo en que vivimos.

Me encantó!

Besitos,

6:20 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

E na vida fica o sentimento vivido...

Meu doce beijo Manuel...

8:02 da tarde  
Blogger Madalena said...

... Porque deixamos voar tudo aquilo que deveria permanecer em nossas mãos. Junto a nós. Sempre.

8:45 da tarde  
Blogger Enigmática said...

En esta vida haya que sabwer vivir, sentir al viento, amar la gente, tener la certeza que la vida es un regalo y una realidad...

10:47 da tarde  
Blogger sonhadora said...

Sonha. Sonha sempre.
Beijinhos embrulhados em abraços

11:15 da tarde  
Blogger Aldina Duarte said...

"Fala tudo o que a mim me faz falar", assim seja!

Até sempre

3:42 da manhã  
Blogger Branca said...

Qualquer coisa que nos rodeia,
qualquer coisa que nos toca,
aquilo que olhamos e o que não vemos,
tudo tem vida, tudo transmite uma mensagem...
Eu também ouço os objectos, as flores, as pedras, o mundo completo a falar...

Boa semana! Beijinhos :)

9:02 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Sempre estamos a desejar o bem perdido sem dar-nos conta que o bem está em nós...
Obrigada pela visita, tenha uma boa semana
beijos

3:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eita poesia sentida e linda!
Beijinhosssss

4:38 da tarde  
Blogger Páginas Soltas said...

Olá Manuel,

Passei para desejar-te uma boa semana!

Estou a estranhar esta tua ausência...Espero que esteja tudo bem!

Beijo da


Maria

5:45 da tarde  
Blogger AZUL said...

Hola, gracias por la visita.
Lindo blog.
Beso.

6:44 da tarde  
Blogger Mónica Rafael said...

Obrigada pelo comentário no meu blog e felicidades para ti tb

11:35 da tarde  
Blogger eu said...

Sou uma galinha do povo, mas sinceramente, gostei muito deste poema.


D. Galinha

3:18 da manhã  
Blogger Sereia Azul* said...

Há pessoas que vêm a vida passar sem a luz da felicidade...no entanto, se a esperança habitar suas almas e se o sonho não findar...ainda haverá tempo de beber das águas renovadas.

Um abraço de brisa marinha

Sereia Azul*

11:23 da manhã  
Blogger Sereia Azul* said...

Sim, Manuel. A realidade é bem diferente e concordo quando dizes que o amor é um jogo de interesses. A vida agarra-nos com os teus tentáculos e é dificil fugir pelos caminhos do coração.
Mas sempre haverá o sonho que nos abraça a alma e nos faz sorrir o coração...mesmo que seja somente uma ilusão.

Uma brisa no teu olhar

Sereia Azul*

11:46 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Ola Manuel, tudo bem?
feliz dia dos namorados.
Beijos
Célia

11:59 da manhã  
Blogger Juℓi Ribeiro said...

Manuel:

Lindos versos!
Teu bom gosto
e tua sensibilidade poética
sempre se destacam!
Parabéns!
Um abraço carinhoso
de além-mar.*Juli*

4:03 da tarde  
Blogger LI-F said...

Me recuerdas una canciòn... la vida es una canciòn....

6:03 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Deseo hacer el amor contigo
en una noche de luna llena
Donde nuestras almas se encuentren
y nuestros cuerpos se deleiten

Deseo hacer el amor contigo
en una noche clara bajo el cielo
resplandeciente de estrellas
Donde nuestros cuerpos jueguen al amor
y nuestras almas se regocijen

Deseo hacer el amor contigo
en una tarde de primavera
Donde nuestros cuerpos se entreguen
sin pudor ni reservas

Deseo hacer el amor contigo
y acariciar tu piel
centímetro a centímetro
Impregnar con tu sudor mi cuerpo
y quedar exhausta,
para después dormir tranquilamente
entre tus fuertes brazos

Deseo hacer el amor contigo
en una colina verde,
donde tengamos por testigo
los pájaros y las flores

Los pájaros nos darán la música
y las flores el perfume,
para con el impregnar
tu cuerpo desnudo y sensual.

Palabras del alma

6:23 da tarde  

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