Á BEIRA DO MONDEGO
Do azul na grande abóboda,
espelhada,
campeia a lua e os astros
cintilantes;
os pés nas frescas águas
murmurantes,
dorme Coimbra triste e
sossegada.
Há pouco ainda a branda
serenada
nos bandolins chorava
palpitantes.
Tudo é silêncio agora e dos
amantes
não se movem as sombras na
calçada.
O cais repousa, a riba é
solitária,
da ponte nos esguios
candeeiros
a luz vacila crepitando
vária.
Nas curvas lanchas dormem os
barqueiros.
O poeta no entanto, o eterno
pária,
escuta a voz de Inês entre os
salgueiros.
Gonçalves Crespo
4 Comments:
A ideia do soneto corresponde á mentalidade do poeta.
Beijos.
Siempre es maravilloso leerte, te dejo un fuerte abrazo!
Te deseo un buen inicio de semana.
Mais um poeta pouco lembrado a quem tornas presente !
Um beijo *
O realismo da poesia de G. Crespo num belo soneto bucólico.
Bela escolha
bji
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