GLEBA
Lembro esta selva hostil, de espessuras friorentas,
as flores diluviais. Nos seus vãos tenebrosos,
tudo conspira e vence, em lances astuciosos:
répteis, duendes, sezões e as aves agourentas.
Derreiam palmeirais, urram onças sedentas.
Negrejam na água turva os sáurios pedregosos.
Troncos ressumam leite, e cipós ardilosos
engalfinham-se, a urdir redes tentaculentas.
Entre touças de espinho e cardumes de abelhas,
símios, a saltitar, coçam ruças guedelhas.
Uma arara espaneja as cores arrojadas.
Sulcam de neve e sangue aos aningais das vargens
as garças e guarás que namoram nas margens.
Abre a vitória-régia as pétalas rociadas.
Corrêa Pinto
as flores diluviais. Nos seus vãos tenebrosos,
tudo conspira e vence, em lances astuciosos:
répteis, duendes, sezões e as aves agourentas.
Derreiam palmeirais, urram onças sedentas.
Negrejam na água turva os sáurios pedregosos.
Troncos ressumam leite, e cipós ardilosos
engalfinham-se, a urdir redes tentaculentas.
Entre touças de espinho e cardumes de abelhas,
símios, a saltitar, coçam ruças guedelhas.
Uma arara espaneja as cores arrojadas.
Sulcam de neve e sangue aos aningais das vargens
as garças e guarás que namoram nas margens.
Abre a vitória-régia as pétalas rociadas.
Corrêa Pinto
2 Comments:
Passei amigo. Li o poema, mas bem sabe que eu não sei comentar poesia.
Deixo um abraço e desejos de um bom fim de semana
Boa noite, linda poesia, bem ao estilo gaúcho. Ressaltou a fauna com maestria.
Tenha um ótimo início de semana.
Enviar um comentário
<< Home