MÃE
OLHA, meu filho, quando, à aragem fria
dalgum torvo crepúsculo encontrares
uma árvore velhinha, em modo e em ares
de abandono e outonal melancolia,
não passes junto dela, nesse dia
e nessa hora de bênçãos, sem parares;
não vás, sem longamente a contemplares:
vida cansada, trémula e sombria!
Já foi nova e floriu entre os esplendores:
talvez em derredor dos seus amores
inda haja filhos que lhe queiram bem...
Ama-a, respeita-a, ampara-a na velhice;
sorri-lhe com bondade e com meiguice:
_Lembre-te, ao vê-la, a tua própria Mãe!
António Correia de Oliveira
1879-1960
dalgum torvo crepúsculo encontrares
uma árvore velhinha, em modo e em ares
de abandono e outonal melancolia,
não passes junto dela, nesse dia
e nessa hora de bênçãos, sem parares;
não vás, sem longamente a contemplares:
vida cansada, trémula e sombria!
Já foi nova e floriu entre os esplendores:
talvez em derredor dos seus amores
inda haja filhos que lhe queiram bem...
Ama-a, respeita-a, ampara-a na velhice;
sorri-lhe com bondade e com meiguice:
_Lembre-te, ao vê-la, a tua própria Mãe!
António Correia de Oliveira
1879-1960
7 Comments:
Esse poema faz-me lembrar que os nossos familiares mais velhos precisam constantemente do nosso apoio, e não das nossas recriminações.
São sobretudo pessoas altamente respeitáveis.
Beijos *
Que nuestros hijos admiren, respeten y cuiden la naturaleza. Porque es el hogar que los cobija. Precioso poema!!!
Sim, a velhice como sinonimo de conhecimento deve ser respeitada.
O mundo ideal deve ser assim: respeito e amor dos mais jovens pelos mais velhos, e vice-versa. A realidade, entretanto, é diferente. Vivemos dias difíceis no planeta, tanto entre os humanos quanto entre eles e a natureza. Pena.
Ficou ótimo.Bela mensagem em forma de poesia!
Passei para ler um pouco do que aqui nos traz e desejar bom Domingo.
Tocante encontrar este poema aqui. Meu avô o recitava sem parar, toda vez que via uma árvore. E eu nunca soube de quem era. Pois bem, agora sei, muito obrigado!
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