CANTO DA INOCÊNCIA
Vi o Caseiro erguer-se contra as sombras
das ovelhas atrozes que giravam
presas num olhal de ferro. Antes
de entrar no espaço da cidade
soube que as Ménades conduziam
o gado perverso que os deuses
haviam escolhido para símbolo.
Ovelhas que eram vítimas e carrascos
das nossas sombras crescentes, quando a tarde
escurecida, e o homem e a criança
redimiam em si a inocência.
Eu não sabia nada: só via os três
vultos enormes condenados ao círculo
da corda tensa, e no fim de tarde
cada forma inane jazia à espera.
O sentido da inocência só o soube
mais tarde na cidade, e então amei
o lugar-comum rural da minha vida,
escrita depois dos bíblicos pastores do Hebron
e dos idílicos da Idade Clássica.
Fiama Hasse Pais Brandão
das ovelhas atrozes que giravam
presas num olhal de ferro. Antes
de entrar no espaço da cidade
soube que as Ménades conduziam
o gado perverso que os deuses
haviam escolhido para símbolo.
Ovelhas que eram vítimas e carrascos
das nossas sombras crescentes, quando a tarde
escurecida, e o homem e a criança
redimiam em si a inocência.
Eu não sabia nada: só via os três
vultos enormes condenados ao círculo
da corda tensa, e no fim de tarde
cada forma inane jazia à espera.
O sentido da inocência só o soube
mais tarde na cidade, e então amei
o lugar-comum rural da minha vida,
escrita depois dos bíblicos pastores do Hebron
e dos idílicos da Idade Clássica.
Fiama Hasse Pais Brandão
4 Comments:
É assim que se ama o lugar comum da inocência, só percebe-se depois do fato.
Muito bonito!
Bom começo de semana.
Janicce.
Não conhecia a poetisa, obrigado pela partilha.
Beijinhos
Maria
Gostei dessa lembrança
E do poema que deu origem à mesma!
Maria Luísa
"os7degraus"
Bonito poema. Beso
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